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25 de novembro de 2025 - 21h42
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POLÍTICA

Motta aprova parecer que impede deputado de votar do exterior e regra pode atingir Ramagem

Presidente da Câmara acata decisão técnica que veda voto remoto fora do país sem missão oficial autorizada

25 novembro 2025 - 20h45Pepita Ortega
Presidente da Câmara, Hugo Motta, oficializa parecer que proíbe voto de deputado no exterior sem missão oficial.
Presidente da Câmara, Hugo Motta, oficializa parecer que proíbe voto de deputado no exterior sem missão oficial. - (Foto: Kayo Magalhães/Câmara)
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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), aprovou um parecer técnico que proíbe deputados federais de participarem de votações em plenário caso estejam no exterior sem autorização formal para missão oficial. A medida vem à tona após o caso do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), que, mesmo condenado e considerado foragido, registrou voto de Miami, nos Estados Unidos.

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A decisão da Câmara ocorre após a constatação de que Ramagem, embora licenciado por motivos de saúde, votou de forma remota em sessão deliberativa da semana passada, usando o aplicativo Infoleg. O parecer, acolhido por Motta, deixa claro que o parlamentar que estiver fora do país, ainda que com licença médica, não poderá registrar presença nem voto em sessões do Legislativo, a menos que esteja em missão oficial.

O documento da Secretaria-Geral da Mesa reforça que a única hipótese permitida para atuação parlamentar do exterior é por meio de missão oficialmente autorizada. “Tal exigência é absoluta, não sendo mitigada pelo fato de a sessão ou reunião eventualmente ser realizada em regime semipresencial”, afirma o texto.

O parecer destaca ainda que a ausência do país sem comunicação ou autorização prévia fere o regimento interno da Câmara. “No presente caso, o deputado está em licença de tratamento de saúde, mas está no exterior; está no exterior, mas não está em missão oficial: logo, não pode participar (registrar presença e votos) das sessões”, conclui.

Alexandre Ramagem está formalmente licenciado para tratamento de saúde, mas viajou para Miami sem comunicar oficialmente à Câmara. Mesmo assim, votou favoravelmente ao projeto de lei antifacção. O episódio gerou polêmica, já que, para o Supremo Tribunal Federal, ele é considerado foragido após o trânsito em julgado de sua condenação por envolvimento em tentativa de golpe de Estado.

O voto não deverá ser anulado, segundo avaliação interna da Casa, já que o sistema permitiu o registro com base na licença vigente. No entanto, com a nova diretriz oficializada por Hugo Motta, casos semelhantes não serão mais tolerados.

Nesta terça-feira (25), o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou o cumprimento da pena de Ramagem e expediu mandado de prisão contra o parlamentar. Na decisão, o magistrado também pediu à Câmara que declare a perda do mandato. Hugo Motta afirmou que aguarda a chegada formal do pedido para analisar o caso.

Com o novo entendimento, o voto de Ramagem entra em conflito direto com a norma da Casa, podendo pesar no processo de cassação do mandato. Além disso, a mudança reforça o controle da presidência da Câmara sobre situações de deputados licenciados ou ausentes do país.

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