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POLÍTICA

Moro reage à anulação dos atos da Lava Jato contra Alberto Youssef: 'Inversão de valores morais'

Ex-juiz, responsável pela Operação Lava Jato, diz que decisão do STF 'abre portas para novos escândalos'

16 julho 2025 - 17h20
Sérgio Moro, senador e ex-juiz
Sérgio Moro, senador e ex-juiz - (Foto: Saulo Cruz/Agência Senado)

O senador Sérgio Moro (União-PR), ex-juiz da Lava Jato, se manifestou sobre a anulação de todos os atos da operação contra o doleiro e delator Alberto Youssef, responsável por revelar o esquema de corrupção e cartel na Petrobras entre 2003 e 2014. A decisão foi tomada nesta terça-feira, 15, pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF).

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Em seu perfil no X (antigo Twitter), Sérgio Moro afirmou que a anulação “reflete a inversão de valores morais pela qual o Brasil passa, reforça a impunidade e abre portas para novos escândalos como o do roubo dos aposentados e pensionistas do INSS”.

Em sua decisão de 53 páginas, Dias Toffoli aponta um “conluio processual entre acusação e magistrado”, contra Youssef, se referindo a uma atuação coordenada e ilegal, entre Moro, Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), para forçar delações e manipular provas.

Toffoli considera que Youssef foi alvo dos mesmos métodos acusatórios que os procuradores da Lava Jato e Moro impuseram contra presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado por corrução e lavagem de dinheiro.
Após ficar 580 dias preso, o petista foi beneficiado por uma decisão do Supremo que reconheceu nulidades e extinguiu as ações contra ele.

Em abril de 2021, o STF declarou a suspeição do ex-juiz federal Sérgio Moro ao condenar Lula na ação do triplex do Guarujá. Os ministros votaram pelo entendimento de que Moro foi parcial no caso enquanto atuava como juiz na 13.ª Vara Federal de Curitiba.

Embora tenha anulado os atos da Operação Lava Jato contra Youssef, Toffoli não anulou o acordo de colaboração firmado em 2014.

O doleiro é um nome emblemático da Lava Jato. Preso em março de 2014, quando a primeira etapa da operação foi deflagrada, Youssef fechou segundo acordo de delação premiada no âmbito da investigação – antes dele, o então diretor de Abastecimento da estatal petrolífera, Paulo Roberto Costa, já havia adotado o mesmo caminho.

Para o ministro, ficou claro que houve uma combinação entre o juiz e os procuradores, o que prejudicou os direitos básicos de Alberto Youssef no processo.

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