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SEGURANÇA PÚBLICA

Moro cobra atuação da Polícia Federal no combate ao crime organizado no Brasil

Senador questiona ausência da PF em megaoperação no Rio e critica resposta da corporação sobre ações contra facções como PCC e CV

18 novembro 2025 - 17h15Bruna Rocha
Senador Sérgio Moro questiona atuação da Polícia Federal durante sessão da CPI do Crime Organizado no Senado
Senador Sérgio Moro questiona atuação da Polícia Federal durante sessão da CPI do Crime Organizado no Senado - Foto: Evaristo Sá/AFP
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Durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, realizada nesta terça-feira (18), o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) questionou a efetividade das ações da Polícia Federal (PF) no enfrentamento às facções criminosas no país. O ex-juiz federal afirmou que há uma “percepção” pública de que a corporação não tem atuado de forma suficiente no combate ao crime organizado.

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A crítica veio em referência à ausência da PF na megaoperação realizada no dia 28 de outubro nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, que resultou na morte de 121 pessoas. Segundo Moro, o episódio evidencia uma lacuna no envolvimento da corporação federal em ações estratégicas contra organizações como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC).

“Talvez por esse episódio do Rio de Janeiro, houve uma percepção de que a Polícia Federal não está fazendo o suficiente, ou pelo menos de que a direção da Polícia Federal não está agindo o suficiente no enfrentamento ao crime organizado”, declarou o senador durante a sessão.

PF justifica ausência em ação no Rio - O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, foi convocado pela CPI e explicou por que a corporação não participou da operação no Rio. De acordo com ele, a PF foi informada apenas no nível operacional e, após análise interna, concluiu que não havia base legal para atuar.

“A partir dessa análise geral, entendemos que não era o modo como a Polícia Federal atua, o modo de fazer operações”, disse Rodrigues. “Naquela operação, que era do estado, havia mais de 100 mandados a serem cumpridos pela polícia do Rio, e nós não teríamos atribuição legal para participar; portanto, não fazia sentido nossa participação.”

Rodrigues reforçou que a atuação da PF segue diretrizes específicas, com foco em operações baseadas em investigações e atribuições federais.

Sérgio Moro também cobrou explicações sobre a ausência de grupos específicos dentro da PF dedicados exclusivamente ao combate às grandes facções, a exemplo do grupo criado para investigar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

Em resposta, Andrei Rodrigues afirmou que esses núcleos existem, como as Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (Ficco) e os Grupos de Investigações Sensíveis (Gise), que operam em diferentes estados e atuam de forma permanente no enfrentamento a facções.

“Esses grupos como a Ficco são permanentes na atuação da Polícia Federal. A exemplo do que foi feito com o crime organizado que tentou um golpe de Estado, nós também atuamos contra o crime organizado nas bases da Ficco e nas bases da Gise”, afirmou.

Segundo o diretor, a corporação também participa atualmente da operação Redentor II, no Rio de Janeiro, ação voltada ao combate às organizações criminosas e que atende à ADPF 635, decisão do Supremo Tribunal Federal que regula operações policiais em comunidades do Rio.

Além disso, Rodrigues anunciou a criação de uma nova área dentro da PF dedicada à análise de dados sobre facções criminosas, que vem atuando no mapeamento de lideranças e estruturas desses grupos.

Disputa entre níveis de competência - A divergência entre as esferas federal e estadual no enfrentamento à criminalidade organizada foi um dos pontos centrais do debate na CPI. Enquanto a Polícia Federal defende uma atuação baseada na sua competência legal, parlamentares como Moro cobram maior protagonismo da corporação diante da escalada da violência nas grandes cidades.

O episódio reforça um debate antigo sobre a necessidade de integração mais efetiva entre instituições estaduais e federais no combate ao crime organizado — especialmente em regiões dominadas por facções armadas e marcadas por altos índices de letalidade.

A CPI do Crime Organizado segue ouvindo autoridades e representantes da segurança pública para avaliar a eficácia das políticas de combate ao tráfico de drogas, milícias e outras atividades criminosas no país.

Durante uma reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, nesta terça-feira, 18, o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) questionou publicamente o trabalho da Polícia Federal (PF). Segundo ele, há uma 'percepção' de que a PF tem falhado no combate ao crime.

"Talvez por esse episódio do Rio de Janeiro, houve uma percepção de que a Polícia Federal não está fazendo o suficiente, ou pelo menos de que a direção da Polícia Federal não está agindo o suficiente no enfrentamento ao crime organizado", afirmou o senador durante a sessão da Comissão, que analisa operações da corporação contra organizações criminosas.

O parlamentar questionou o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, sobre as operações e forças-tarefa da instituição dedicadas a desarticular organizações criminosas no país, como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC).

A megaoperação no Rio de Janeiro citada por Moro ocorreu em 28 de outubro, nos complexos da Penha e do Alemão, na capital fluminense. A ação resultou na morte de 121 pessoas, entre elas faccionados e agentes das forças de segurança do estado.

À época, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, afirmou que não fazia "sentido" a participação da Polícia Federal na operação conduzida pela polícia do Rio.

"Houve um contato no nível operacional informando que haveria uma grande operação e questionando se a Polícia Federal teria alguma possibilidade de atuação na sua área, no seu papel. … A partir dessa análise geral, entendemos que não era o modo como a Polícia Federal atua, o modo de fazer operações", explicou Andrei.

O diretor também destacou que, segundo avaliação da superintendência da PF no Rio, a corporação não tinha atribuição legal para participar da megaoperação.

"Naquela operação, que era do estado, havia mais de 100 mandados a serem cumpridos pela polícia do Rio, e nós não teríamos atribuição legal para participar; portanto, não fazia sentido nossa participação", completou o diretor da PF.

Moro lembrou que a PF criou um grupo específico para investigar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro e questionou por que a corporação não havia feito o mesmo em relação ao CV e ao PCC.

Em resposta, Andrei afirmou que "esses grupos como a Ficco são permanentes na atuação da Polícia Federal. Respondendo objetivamente: existem, sim. A exemplo do que foi feito com o crime organizado que tentou um golpe de Estado, nós também atuamos contra o crime organizado nas bases da Ficco e nas bases da Gise Grupos de Investigações Sensíveis".

"E agora, cumprindo a ADPF 635 das favelas, estamos atuando na operação Redentor II, no Rio de Janeiro, em razão dessas organizações", acrescentou.

O diretor também informou que a PF criou recentemente uma área voltada à análise de dados de facções criminosas, que tem atuado no mapeamento de lideranças e estruturas dessas organizações.

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