
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou nesta quintafeira (18) que a ProcuradoriaGeral da República (PGR) e, em seguida, a defesa do expresidente Jair Bolsonaro se manifestem sobre o laudo da Polícia Federal que concluiu ter havido violação na tornozeleira eletrônica utilizada por ele.
A ordem de Moraes define que a PGR tem até cinco dias para apresentar sua análise. Depois disso, o prazo de cinco dias também é dado aos advogados de Bolsonaro para enviar ao STF quaisquer argumentos ou informações que considerem relevantes ao caso.
O relatório da Polícia Federal descreve “danos significativos” na junção da capa plástica da tornozeleira. Segundo a PF, os vestígios observados são compatíveis com o uso de calor concentrado aplicado por instrumento metálico, como um ferro de solda. O documento afirma que testes com um ferro de solda na mesma área produziram marcas semelhantes às encontradas no aparelho usado pelo expresidente.
Bolsonaro admitiu que manuseou o equipamento com um ferro de solda por mera curiosidade, segundo uma declaração dele. Sua defesa, por sua vez, alegou que o expresidente viveu um episódio de “confusão mental” decorrente da interação de medicamentos, o que teria resultado em “pensamentos persecutórios e distantes da realidade”.
O episódio envolvendo a tornozeleira eletrônica foi um dos elementos que levaram o ministro Moraes a decretar a prisão preventiva de Jair Bolsonaro. A prisão foi posteriormente convertida para a execução da pena de 27 anos e 3 meses, resultado de sua condenação no processo que apura a trama golpista. Bolsonaro cumpre a pena na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.

