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13 de outubro de 2025 - 17h47
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POLÍTICA

Moraes pede que STF agende julgamento do núcleo 2 da trama golpista ligada a Bolsonaro

Grupo é acusado de coordenar ações para manter o ex-presidente no poder e inclui ex-assessores, militares e ex-diretores de órgãos federais

13 outubro 2025 - 14h40Raisa Toledo
Alexandre de Moraes é o relator das ações relacionadas aos núcleos da trama golpista.
Alexandre de Moraes é o relator das ações relacionadas aos núcleos da trama golpista. - (Foto: Wilton Júnior/Estadão)

Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou ao presidente da Primeira Turma da Corte, Flávio Dino, que seja marcada a data para o julgamento do núcleo 2 da chamada trama golpista, grupo acusado de coordenar ações para tentar manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.

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O pedido foi assinado no último sábado (11) e protocolado nesta segunda-feira (13), ainda sem resposta de Dino, que é o responsável por definir o cronograma das sessões.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), os integrantes do núcleo 2 atuaram de forma estratégica na tentativa de golpe, prestando apoio jurídico, operacional e de inteligência. Entre as ações atribuídas ao grupo estão planos para restringir o trânsito de eleitores em regiões favoráveis a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante o segundo turno das eleições de 2022.

O núcleo 2 é o único, entre os que já tiveram denúncia aceita, que ainda aguarda data para julgamento. O núcleo 1, considerado o principal e que inclui Bolsonaro, já foi concluído com a condenação de todos os réus. O núcleo 4 começa a ser julgado nesta terça-feira (14), e o núcleo 3, formado pelos chamados “kids pretos”, será analisado entre os dias 11 e 19 de novembro. Há ainda um núcleo 5, que envolve apenas o jornalista Paulo Figueiredo, cujo processo ainda não foi recebido.

Entre os acusados do núcleo 2 estão:

  • Filipe Martins, ex-assessor internacional da Presidência;
  • Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro;
  • Mário Fernandes, general e ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência;
  • Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF);
  • Fernando de Sousa Oliveira, ex-diretor de operações do Ministério da Justiça;
  • Marília de Alencar, ex-subsecretária do mesmo ministério.

O general Mário Fernandes é apontado como autor do plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do próprio ministro Moraes, com execução atribuída ao grupo dos “kids pretos”.

Os réus tiveram até o dia 7 de outubro para apresentar as alegações finais. No entanto, as defesas de Filipe Martins e Marcelo Câmara não cumpriram o prazo, o que levou Moraes a considerar litigância de má-fé e tentativa de atrasar o andamento da ação penal. O ministro chegou a substituir os advogados por defensores públicos, mas posteriormente reviu a decisão e concedeu novo prazo, com as manifestações entregues no dia 11.

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