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NACIONAL

Alexandre de Moraes nega pedido da defesa de Bolsonaro e mantém andamento de ação penal

Ministro do STF recusou solicitação para que PGR se manifestasse sobre suposto perfil de Mauro Cid antes do prazo final para alegações

1 julho 2025 - 09h05Por Fellipe Gualberto
Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) concede prisão domiciliar a condenados do 8 de Janeiro por razões de saúde.
Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) concede prisão domiciliar a condenados do 8 de Janeiro por razões de saúde. - (Foto: Andressa Anholete/STF)

Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou ontem (30) um pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os advogados solicitavam que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestasse de forma antecipada sobre o perfil @gabrielar720 no Instagram, que teria sido usado por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

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Na decisão, Moraes classificou a solicitação como tentativa de atrasar o andamento da ação penal. “Conforme já ressaltado inúmeras vezes, não será admitido tumulto processual e pedidos que pretendam procrastinar o processo”, escreveu o ministro. Ele reforçou que o processo seguirá normalmente e que eventuais questões serão analisadas "no momento adequado".

Na sexta-feira (27), o ministro havia dado um prazo de 15 dias para que a PGR apresente as alegações finais na ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado. Cabe ao órgão, nesse momento, pedir a condenação ou a absolvição dos réus, entre eles o ex-presidente.

A defesa de Bolsonaro argumenta que o posicionamento da PGR sobre a conta do Instagram atribuída a Cid seria “essencial” antes da apresentação das alegações finais. Segundo os advogados, as conversas associadas ao perfil — que, conforme a Meta, foi criado com e-mail vinculado a Mauro Cid — teriam relação direta com os fatos investigados.

A estratégia da defesa tenta invalidar o acordo de colaboração premiada de Mauro Cid. Para isso, os advogados alegam que ele violou cláusulas do acordo ao usar redes sociais e divulgar informações que deveriam permanecer em sigilo.

Nas mensagens associadas ao perfil @gabrielar720, Cid teria trocado mensagens com o advogado Eduardo Kuntz, feito críticas ao ministro Alexandre de Moraes, ao Supremo Tribunal Federal e ao delegado Fábio Shor, responsável pela investigação sobre o caso da tentativa de golpe.

Além disso, o conteúdo sugere que Cid considerava estar sendo manipulado, indicando que sua delação estava sendo distorcida. Por esse motivo, Kuntz, que aparece nas conversas, solicitou à Justiça a anulação do acordo de colaboração firmado pelo militar.

Cid nega autoria das mensagens - Durante depoimento prestado na última quinta-feira (26), Mauro Cid afirmou que não é o responsável pela conta no Instagram e que não manteve conversas com o advogado citado. Também declarou que os áudios divulgados foram gravados sem seu conhecimento e enviados indevidamente para terceiros.

Mesmo com essas declarações, a defesa de Bolsonaro sustenta que as mensagens fragilizam a credibilidade da delação de Cid e reforçam a necessidade de reavaliar seu valor como prova no processo.

A ação penal em andamento envolve a apuração da suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O ex-presidente Jair Bolsonaro figura entre os investigados, ao lado de ex-integrantes do seu governo e militares próximos.

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