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POLÍTICA

Moraes vota pela condenação de Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe de Estado

Ministro do STF aponta organização criminosa com uso da máquina pública e lista oito réus como responsáveis pela trama golpista

9 setembro 2025 - 14h10Lavínia Kaucz, Pepita Ortega e Gabriel Hirabahasi
Alexandre de Moraes vota pela condenação de Bolsonaro e sete aliados por tentativa de golpe de Estado
Alexandre de Moraes vota pela condenação de Bolsonaro e sete aliados por tentativa de golpe de Estado - (Foto: Reprodução)
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O ministro Alexandre de Moraes, relator da ação que julga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, votou nesta terça-feira (9) pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus envolvidos na suposta articulação para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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Durante a leitura de seu voto, Moraes classificou o grupo como uma “organização criminosa” que atuou com o objetivo de minar a credibilidade do sistema eleitoral e instaurar um regime de exceção, caso o resultado das urnas fosse desfavorável ao então presidente.

“A atuação delitiva e a prática de atos executórios pela organização criminosa iniciaram-se com a utilização de órgãos públicos, para construção e divulgação de uma falsa e ilícita versão sobre vulnerabilidade das urnas eletrônicas”, afirmou o ministro.

Os oito réus apontados por Moraes

Além de Jair Bolsonaro, Moraes considerou culpados:

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens

Almir Garnier, ex-comandante da Marinha

Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça

General Augusto Heleno, ex-ministro do GSI

General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa

General Braga Netto, ex-candidato a vice na chapa de Bolsonaro

Segundo Moraes, todos tinham acesso direto ao ex-presidente e participaram ativamente da estratégia de criar instabilidade institucional e caos social.

“As provas produzidas não deixam margem de dúvidas sobre a intensa interação e acesso que os réus tinham com o líder da organização criminosa, Jair Bolsonaro”, destacou.

Trama construída a partir da máquina pública

Em seu voto, Moraes afirmou que os atos executórios começaram ainda durante o governo Bolsonaro, por meio de órgãos públicos utilizados para deslegitimar a Justiça Eleitoral e semear dúvidas sobre a lisura do processo democrático.

Segundo ele, o objetivo era criar um ambiente propício para que se pudesse restringir o funcionamento dos poderes, inclusive com a decretação de um golpe de Estado, caso Lula fosse eleito.

O ministro também mencionou episódios como reuniões com militares, ameaças à atuação do STF e a produção de minutas golpistas dentro do Palácio do Planalto, além do incentivo indireto aos atos de 8 de janeiro de 2023.

Julgamento continua

O voto de Moraes foi o primeiro na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. O próximo a se manifestar é o ministro Flávio Dino. Ainda devem votar os ministros Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin.

O julgamento, que ocorre em plenário físico e virtual, pode definir as primeiras condenações formais ligadas diretamente à cúpula do governo Bolsonaro pela tentativa de golpe.

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