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POLÍTICA

Moraes reage com bom humor após ser chamado de palmeirense por advogado no STF

Ministro ironiza comentário durante julgamento de réus acusados de disseminar desinformação no núcleo golpista

14 outubro 2025 - 20h45Raisa Toledo
Alexandre de Moraes teve diálogo bem-humorado com advogado
Alexandre de Moraes teve diálogo bem-humorado com advogado - (Foto: Wilton Junior/Estadão)

Um momento inusitado marcou o primeiro dia de julgamento do núcleo da desinformação da tentativa de golpe de Estado, nesta segunda-feira (14), no Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Alexandre de Moraes reagiu com ironia ao ser chamado, em tom de brincadeira, de torcedor do Palmeiras durante a sustentação oral do advogado Melillo Dinis do Nascimento.

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Conhecido por seu apreço ao Corinthians, Moraes ouviu o comentário enquanto o defensor do réu Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, ex-presidente do Instituto Voto Legal, tentava ilustrar o risco da desinformação. “Se eu disser que o ministro Alexandre de Moraes é torcedor do Palmeiras, isso não só é injusto, como pode trazer consequências quando ele for ao Itaquerão”, disse Melillo, referindo-se ao estádio corintiano, a NeoQuímica Arena.

O ministro respondeu com bom humor: “E para o senhor também. Consequências sérias”. O advogado concordou entre risos: “Claro, seríssimas”.

Melillo seguiu com exemplos bem-humorados envolvendo outros ministros. Mencionou Luiz Fux como suposto lutador de krav maga — “e não de jiu-jitsu” —, Flávio Dino como “ex-governador da Carolina do Norte” e Cármen Lúcia como “alguém que não gosta de Minas Gerais”. Em todos os casos, apontou como a desinformação pode causar ruídos públicos.

Apesar do tom descontraído, o advogado alertou para o cenário de radicalização no país. “Vivemos em um ecossistema fundamentalista, polarizado, cristalizado em um mecanismo que não tem controle. E essa falta de controle independe da produção ou não da informação”, afirmou ao STF.

O julgamento em questão analisa a conduta de sete réus acusados de disseminar conteúdos falsos com o objetivo de enfraquecer as instituições democráticas. Eles integram o chamado núcleo 4, ou “núcleo da desinformação”, e são: Ailton Moraes Barros (ex-major do Exército), Ângelo Denicoli (major da reserva), Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, Giancarlo Rodrigues (subtenente), Guilherme Almeida (tenente-coronel), Marcelo Bormevet (agente da Polícia Federal) e Reginaldo Abreu (coronel do Exército).

Nesta terça-feira (15), a Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu a condenação dos sete acusados. Para o procurador-geral Paulo Gonet, o grupo fez uso estratégico de informações falsas com o objetivo de desestabilizar a ordem democrática. “Utilizaram a desinformação como ferramenta para deslegitimar instituições e alimentar tensões sociais”, afirmou.

O julgamento está previsto para ser concluído até a próxima terça-feira, 21. Inicialmente, sessões estavam marcadas para os dias 14, 15, 21 e 22, mas a do dia 15 foi cancelada. A expectativa é encerrar os debates sem a necessidade da data adicional.

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