
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), confirmou nesta terça-feira (14) a transferência da área da Favela do Moinho para o governo estadual, marcando um novo capítulo na disputa entre União e Estado sobre o futuro do local, situado no centro da capital paulista.

O decreto que oficializa a cessão foi publicado no Diário Oficial do Estado nesta terça e garante ao governo paulista o direito de uso da área por 20 anos. A propriedade continua sendo da União, mas a posse e a gestão ficam agora sob responsabilidade do Estado.
O acordo havia sido anunciado em junho, durante uma visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à região. Na ocasião, Tarcísio não compareceu ao evento, alegando compromisso prévio em São Bernardo do Campo, cidade considerada reduto político de Lula.
Parque e nova estação da CPTM - Com o controle da área, o governo paulista promete iniciar uma grande intervenção urbanística, que inclui a construção do Parque do Moinho e da Estação Bom Retiro, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
“Logo que a gente consiga desmobilizar, a gente inicia a construção do Parque do Moinho. Aí nós vamos fazer a transposição de linhas, a construção da Estação Bom Retiro e também o parque, que vai se integrar à intervenção urbanística no centro”, afirmou Tarcísio.
Segundo o governador, 70% das famílias que viviam na Favela do Moinho já foram removidas. Parte dos moradores foi realocada em unidades habitacionais definitivas, enquanto outros recebem auxílio por meio do programa de aluguel social até que novos empreendimentos sejam concluídos.
Tarcísio destacou ainda que os imóveis remanescentes estão em condições estruturais críticas, representando risco à integridade física das famílias que ainda ocupam o local. Ele reforçou que o atendimento habitacional segue como prioridade da gestão estadual.
Combate ao crime organizado - A Favela do Moinho também é foco de ações contra o crime organizado. O governador declarou que o Estado acompanha as investigações sobre a atuação de facções criminosas na região e citou casos de ameaças a funcionários da CDHU e a moradores.
A situação, segundo ele, se estabilizou após uma operação policial que resultou na prisão de lideranças do PCC ligadas ao local. “Isso permitiu que as ações no entorno transcorressem de forma mais serena e segura”, concluiu.
