
Uma comitiva formada por ministros federais e pela Polícia Federal segue nesta quartafeira (29) ao Rio de Janeiro para se reunir com o governo estadual em resposta à operação policial que resultou em mais de 119 mortes nos complexos do Alemão e da Penha. O grupo, liderado pelos ministros Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), Anielle Franco (Igualdade Racial) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania) chega à capital fluminense por volta das 15h, após reunião emergencial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada. Também viaja com a delegação o diretorgeral da PF, Andrei Rodrigues.
Durante a visita, a União oferecerá apoio técnico — incluindo peritos criminais e legistas — para auxiliar nas investigações dos corpos encontrados. “Oferecemos peritos criminais e médicos legistas da PF e da Força Nacional para ajudar na identificação dos corpos”, declarou Lewandowski.
A operação, segundo o governo fluminense, deixou 119 mortos — número contestado pela Defensoria Pública, que indica 132 vítimas. Agentes têm sido alvo de críticas por relatos de execução em massa, incluindo corpos amarrados e decapitações nas áreas da mata da Serra da Misericórdia.
Embora seja a mais letal da história do Estado, o governador Cláudio Castro (PL) classificou a ação como “um sucesso”, lamentando as baixas entre os policiais. Em nota, grupos internacionais de direitos humanos, como Anistia Internacional, e a Justiça Global exigem investigação e responsabilização.
A comitiva também abordará o pedido pelo Estado do Rio para a transferência de dez detentos apontados como líderes do Comando Vermelho para presídios federais. Apesar da gravidade, não há decreto de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) solicitado, responsabilidade que caberia ao presidente da República.
