
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro usou as redes sociais para alfinetar a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) nesta quinta-feira (13), após a parlamentar levantar suspeitas sobre advogados que atuam na defesa de réus do 8 de janeiro, data marcada pelos atos antidemocráticos em Brasília.
Durante a sabatina do procurador-geral da República, Paulo Gonet, Soraya sugeriu que os defensores jurídicos de acusados de tentativa de golpe deveriam também ser investigados. A declaração provocou forte reação de Michelle.
“Soraya Thronicke, senadora surfista da onda Bolsonaro e atual defensora dos advogados dos investigados na CPMI do INSS, do roubo de aposentados... Agora, na sabatina do Gonet, pede investigação contra os advogados das vítimas do 8 de janeiro. Surreal!!! Sério, não tô acreditando!!!”, escreveu Michelle em seus perfis.
Declaração de Soraya causa polêmica - Na quarta-feira (12), durante a sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, a senadora por Mato Grosso do Sul questionou o padrão narrativo apresentado pelos acusados dos atos do 8 de janeiro. “A narrativa se repete com réus de Norte a Sul do país, assistidos por advogados de todos os lugares do Brasil. Parece-me que há alguém ou um conluio por trás deste tipo de comportamento”, disse Soraya.
Ela também demonstrou preocupação com o papel da defesa dos réus e afirmou que, apesar de defender a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na CPMI, vê com ressalvas a atuação de parte dos advogados envolvidos nos processos relacionados à tentativa de golpe.
Michelle resgata alianças passadas - O tom do comentário de Michelle traz à tona um histórico de desgaste entre ela e a senadora, que foi eleita com apoio do bolsonarismo em 2018, mas rompeu com o ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022 e chegou a se lançar pré-candidata à Presidência naquele ano.
Ao chamá-la de “senadora surfista da onda Bolsonaro”, Michelle sugere oportunismo político e reafirma o distanciamento entre o núcleo do ex-presidente e Soraya Thronicke.
Apesar da tensão nos bastidores, o nome de Paulo Gonet foi aprovado por 45 votos a 26 para mais dois anos à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR). Gonet é o responsável por assinar a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado após o resultado das eleições de 2022.


