
Durante evento do PL Mulher realizado neste sábado (8) em Londrina, no Paraná, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro voltou a adotar um tom crítico ao Supremo Tribunal Federal (STF) e acusou o Congresso Nacional de subordinação à Corte. Em seu discurso, ela também reafirmou o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro como “única opção” para a direita nas eleições presidenciais de 2026 — apesar de ele estar inelegível.
“A gente tem visto um Congresso de joelhos em frente ao STF. Isso é uma tristeza para a gente, porque, hoje, só quem governa é o Judiciário”, declarou Michelle. “Os nossos deputados aprovam leis e, se não tiver em concordância, eles [os ministros do STF] anulam”, completou.
Críticas após nova derrota no STF - As declarações da ex-primeira-dama ocorrem um dia após o Supremo manter a condenação de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, rejeitando recurso da defesa. O ex-presidente, que já havia sido declarado inelegível por abuso de poder político, deve cumprir pena de 27 anos e três meses de prisão. A expectativa é que a execução da pena tenha início ainda neste ano.
Michelle não comentou diretamente o julgamento, mas falou sobre o momento delicado vivido pelo marido. “Ele tem vivido dias muito difíceis. Tem vários problemas de saúde decorrentes da última cirurgia. Por ele não ter tido tempo para se recuperar, paz de espírito para se recuperar, um ambiente favorável”, disse.
Ela também relatou que Bolsonaro tem tido crises recorrentes de soluço, o que, segundo ela, agrava o estado de exaustão do ex-presidente.
Disputa interna na direita - Mesmo com o nome frequentemente cogitado como possível candidata à Presidência, Michelle negou qualquer movimentação pessoal em direção ao pleito de 2026. “A única opção para presidente da República da direita chama-se Jair Messias Bolsonaro”, afirmou. “Se isso não acontecer, será o verdadeiro golpe que o Judiciário está dando no povo de bem, no povo brasileiro.”
A declaração desconsidera o fato de que o ex-presidente está inelegível até 2030. Apesar disso, dentro do núcleo bolsonarista, a sucessão política segue indefinida. Michelle disputa espaço com outros nomes da família, como o senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do ex-presidente.
Esperança e discurso de fé - Ao final do discurso, Michelle expressou esperança na reversão da situação do marido e reforçou o tom religioso que marca suas falas públicas. “Um abismo foi puxando o outro. Mas essa injustiça vai acabar. Eu creio”, declarou.

