
O vice-chefe do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, escalou a retórica contra líderes europeus nesta segunda-feira (1º) ao chamar o presidente da França, Emmanuel Macron, e o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, de “gêmeos fraternos” e “aberrações raras”. A declaração foi feita em publicação no X (antigo Twitter), em resposta às recentes críticas de Macron ao presidente russo Vladimir Putin.

"Um tem sede de vingança. O outro é um galo, tem medo do 'predador' no portão e está chantageando Trump e Putin", escreveu Medvedev, em tom provocativo. As falas surgem em meio a um novo ciclo de tensão diplomática entre a Rússia e países da União Europeia, especialmente após declarações públicas do líder francês.
Reações às críticas de Macron
Na semana passada, durante uma coletiva de imprensa em Toulon, Macron acusou a Rússia de promover uma “deriva autocrática” e um “imperialismo revisionista” sob a liderança de Putin. O presidente francês ainda chamou o líder russo de “ogro” e “predador”, intensificando o discurso europeu contra Moscou.
As falas ocorreram ao lado do chanceler Friedrich Merz, durante um evento que buscava fortalecer o eixo franco-alemão no apoio à Ucrânia. Ambos têm defendido, inclusive, o envio contínuo de armamentos e o endurecimento das sanções contra a Rússia.
Comparações com a Segunda Guerra Mundial
Em tom mais alarmista, Medvedev fez referência direta ao fim da Segunda Guerra Mundial, sugerindo que os líderes europeus poderiam “terminar sendo identificados por seus dentes” — uma alusão histórica aos restos mortais de figuras nazistas identificadas após o conflito. A declaração foi amplamente criticada por analistas internacionais por evocar uma retórica violenta e extremada, em meio a uma guerra que já dura mais de três anos.
Escalada retórica em meio ao impasse
Desde o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, Dmitry Medvedev se notabilizou por fazer declarações agressivas nas redes sociais, geralmente miradas contra o Ocidente. Suas publicações têm funcionado como uma extensão do discurso mais duro do Kremlin, embora, por vezes, ultrapassem os limites do discurso diplomático formal.
O novo ataque verbal amplia o distanciamento entre Moscou e as potências europeias e evidencia o impasse nas tentativas de negociação por um cessar-fogo ou acordo de paz. Até o momento, os canais de diálogo seguem estagnados, enquanto os combates continuam intensos no leste da Ucrânia.
