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EX-AJUDANTE DE ORDENS DE BOLSONARO

Mauro Cid chorou 2 vezes durante audiência em que Moraes ordenou nova prisão

O tenente-coronel ficou inconformado ao saber de nova prisão preventiva após atacar inquérito da PF e Moraes em março de 2024

20 fevereiro 2025 - 19h35Gabriel de Sousa
Mauro Cid fica contrariado ao ser informado que sua prisão fora decretada pelo STF em março de 2024
Mauro Cid fica contrariado ao ser informado que sua prisão fora decretada pelo STF em março de 2024 - (Foto: Reprodução vídeo STF)

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), chorou ao menos duas vezes durante a audiência que ordenou a prisão dele após a divulgação de áudios onde atacou o inquérito da tentativa de golpe e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Cid caiu em lágrimas ao falar sobre a reação da filha após a divulgação das gravações, ao falar sobre a situação financeira dele. Ao receber a notícia de uma nova prisão preventiva, ele aparece nas imagens inconformado.

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A audiência foi convocada por Moraes após Cid declarar em áudios vazados em março do ano passado que a investigação da Polícia Federal (PF) que a investigação da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe por aliados de Bolsonaro tinha uma "narrativa pronta". O tenente-coronel disse ainda que Moraes já tinha a "sentença pronta" dos investigados.

A audiência foi determinada por Moraes um dia após a divulgação dos áudios. Na oitiva, Cid atacou a imprensa e disse que as declarações dele foram feitas em um "áudio privado de amigos" e um "desabafo durante um momento ruim". Ao falar da reação da filha ao escutar os vazamentos, o tenente-coronel não se conteve.

"Depois que vazou a porcaria do áudio, a minha filha chorando em casa dizendo 'o que vai acontecer com meu pai'. É um desserviço que essa porcaria da imprensa faz de pegar um áudio privado de amigos, em que o cara está desabafando, vivendo um problema que estou vivendo mais de sei lá quanto tempo, e expor isso como se fosse matéria de futebol", afirmou Cid.

Em outro momento, Cid chorou ao falar sobre a situação financeira da família. Segundo ele, as consequências da primeira prisão dele, por envolvimento no esquema de fraudes dos cartões de vacina, fez a família vender os imóveis que tinha e ele perdeu a carreira no Exército.

"Eu perdi tudo que eu tinha, a família está vendendo os imóveis. Eu não tenho a minha carreira mais, coisas que são pesadas para gente. Como eu não tenho nem para onde sair, eu não posso sair que a imprensa corre atrás... E nem mais direito a conversar eu tenho, porque se eu desabafo com um amigo, no outro dia está na imprensa", afirmou Cid aos prantos.

No fim da audiência, o juiz auxiliar de Moraes, Ailton Vieira, anunciou a Cid que ele Moraes expediu uma nova ordem de prisão preventiva. Ao receber a notícia, o tenente-coronel soltou uma caneta que segurava, levou as mãos ao rosto e mostrou inconformidade.

Cid ficou preso pela segunda vez por pouco menos de dois meses. No dia 3 de maio, Moraes soltou o tenente-coronel, mas impôs uma série de restrições. O magistrado ainda manteve a colaboração premiada.

Os vídeos da delação premiada e das audiências de Cid foram divulgados pelo STF nesta quinta-feira, 20, após Moraes levantar o sigilo do seu acordo de colaboração.

A queda do sigilo ocorreu dois dias após a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar Bolsonaro por tentativa de golpe, em peça encaminhada ao STF. O procurador-geral Paulo Gonet concluiu que Bolsonaro liderou articulações para uma ruptura institucional. Além disso, a denúncia atinge outros 33 indiciados em inquéritos da PF.

A PGR apontou que Bolsonaro cometeu cinco crimes, sendo eles: dano qualificado com uso de violência e grave ameaça e deterioração do patrimônio tombado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa. Somadas, as penas dos crimes podem chegar a mais de 43 anos de prisão.

De acordo com a denúncia da PGR, Bolsonaro liderou uma organização criminosa "baseada em projeto autoritário de poder" e "com forte influência de setores militares". Também foi apontado como comandante da trama o ex-ministro da Defesa general Walter Braga Netto, que está em prisão preventiva. A defesa de Bolsonaro sustenta que a denúncia não apresenta provas dos crimes imputados ao ex-presidente.

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