
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou nesta sexta-feira (10) que o Brasil e o mundo precisam reduzir a dependência do uso de combustíveis fósseis, como petróleo e gás, e acelerar a transição energética rumo a uma economia mais sustentável.

Durante coletiva sobre a Pré-COP30, evento preparatório para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2025, que será realizada em Belém (PA), a ministra defendeu que as empresas que hoje exploram petróleo ampliem sua atuação na produção de energia limpa.
“Precisamos deslocar o foco para a geração de energia solar, eólica, biomassa, hídrica e para a produção de hidrogênio verde”, afirmou Marina. “As empresas de petróleo devem entender que o negócio delas é energia, não apenas petróleo.”
“É um debate dentro do governo” - Questionada sobre as contradições do Brasil em continuar investindo na exploração de petróleo, especialmente na Margem Equatorial, Marina afirmou que o tema está sendo debatido internamente no governo, no âmbito do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
“O mapa do caminho para o fim dos combustíveis fósseis é uma discussão dentro do CNPE. Ou seja, é um debate entre os ministros de governo”, explicou.
A ministra reforçou que a Foz do Amazonas, área de interesse da Petrobras para exploração de petróleo, é uma região ambientalmente sensível, com poucos estudos conclusivos sobre os impactos da atividade.
Licenciamento em análise - O processo de licenciamento ambiental para a perfuração exploratória do Bloco FZA-M-59, localizado na Margem Equatorial, segue em fase de análise técnica no Ibama. Marina Silva afirmou que o procedimento é acompanhado de “forte recomendação” sobre a necessidade de uma avaliação ambiental estratégica antes de qualquer autorização para exploração.
“A Foz do Amazonas é uma área complexa, e o processo deve ser conduzido com rigor técnico e responsabilidade ambiental”, ressaltou a ministra.
Transição energética e COP30 - A posição de Marina reforça o discurso que o Brasil pretende levar à COP30, conferência que reunirá mais de 160 países em Belém em novembro de 2025. O governo aposta em uma agenda de transição energética justa e sustentável, conciliando desenvolvimento econômico com proteção ambiental.
Durante a Pré-COP, que ocorrerá na próxima semana, o país deve apresentar diretrizes para o financiamento climático e medidas para estimular investimentos em energia renovável.
