
Durante audiência pública na Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, o deputado federal Marcos Pollon (PL-MS) fez um relato contundente sobre as condições de detenção dos presos pelos atos de 8 de janeiro. Segundo ele, há casos de tortura, humilhação e negligência, inclusive mortes dentro do sistema prisional.

“Não vamos descansar enquanto não conseguirmos soltar todas as vítimas do 8 de janeiro. Pessoas estão sendo torturadas. Manifestantes já morreram dentro da cadeia. A anistia é necessária com urgência”, afirmou o parlamentar.
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Pollon disse ter ouvido de uma detenta que, durante o ciclo menstrual, ficou mais de uma semana sem acesso a absorventes, foi agredida por uma carcereira e, enquanto chorava no chão, ouviu da agente: “chama o mito para te salvar”. Segundo o deputado, essa mulher poderia ser sua irmã pela idade.
O parlamentar foi um dos poucos a visitar os presos nas penitenciárias da Papuda e da Colmeia, usando prerrogativas de advogado para obter acesso. Ele afirma ter encontrado homens e mulheres, jovens e idosos, em condições degradantes. “Uma senhora com idade para ser a minha avó, outra com idade para ser minha filha. Homens que poderiam ser o meu pai, o meu avô, o meu irmão, o meu filho”, relatou.
Além das visitas, Pollon prestou assistência jurídica gratuita, enviou alimentos, roupas e medicamentos - chamados por ele de “kits Cobal” - e montou uma equipe jurídica em seu gabinete para apoiar advogados que atuam nos casos.
Pollon é autor do Projeto de Lei 4485/2024, que revoga punições e crimes atribuídos aos participantes dos eventos de 8 e 9 de janeiro de 2023, mantendo a preservação da ordem democrática e dos direitos constitucionais. A proposta foi apensada ao PL 5643/2023, do deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), que trata do mesmo tema.
