
No calor de mais uma eleição municipal, Maracaju, cidade de pouco mais de 45 mil habitantes no Mato Grosso do Sul, viu neste domingo (06), a reeleição de Marcos Calderan (PSDB) com uma folga que já era prevista, ao menos para quem acompanha de perto o cenário local. Com 77,56% dos votos válidos, Calderan assegurou mais quatro anos de mandato. Ao seu lado, Mauro Christianini, o "Maurão" (PP), vice-prefeito. A vitória, de certo modo, parecia apenas uma questão de tempo.

"Parecia que só nós sabíamos que isso ia acontecer", brincou o radialista Donato de Paulo, durante uma transmissão ao vivo da Rádio Marabá, ecoando o clima de previsibilidade. E, de fato, não houve grandes surpresas. Calderan, com uma gestão marcada por obras, serviços e uma postura de "não atacar adversários", navegou tranquilo em um mar onde os ventos sopravam a seu favor. "Era algo que eu tinha certeza", disse Calderan logo após a confirmação do resultado, ainda se recuperando da emoção da vitória.
O adversário derrotado, Luciano Fernandes França (PL), alcançou 22,44% dos votos, insuficientes para ameaçar a hegemonia de Calderan. Fernandes, acompanhado de sua vice, Lúcia Helena Olegário Corrêa, a "Lucinha", tentou, sem sucesso, capturar o eleitorado descontente com a atual gestão. Mas parece que, pelo menos por ora, Maracaju está satisfeita com seu prefeito reeleito.
O legado das obras e o discurso da campanha limpa - Se tem uma coisa que Calderan gosta de falar é sobre o quanto ele e sua equipe trabalham. E não é para menos. "Foram mais de 90 obras importantes", destacou o prefeito, já nos primeiros minutos de entrevista pós-vitória. Mas o tom aqui não é só de autoelogio. Para Calderan, o segredo de seu sucesso não está apenas nas realizações físicas, como asfaltos e reformas, mas também em sua forma de lidar com as críticas: ignorando-as. "A gente trabalhou na campanha limpa, como foi da primeira vez, não falando do adversário, mas junto com a população", reafirmou, como quem quer deixar claro que, para ele, a moral da história é simples: quem trabalha, vence.
Donato de Paulo, sempre com uma pergunta provocativa, relembrou que a campanha foi marcada por muitas críticas. "Falaram que ele não fez mais, mas ele foi lá e respondeu com obras", comentou o radialista, em um tom meio irônico, mas complacente. Calderan, por sua vez, não perdeu o tom: "Sempre procurei descobrir como fazer melhor, e o resultado está aí: colhemos o que plantamos", disse, esbanjando confiança.
Os números que definem Maracaju - Mas o desafio de governar Maracaju não se resume a obras e críticas. O município tem 45.047 habitantes, de acordo com o Censo de 2022 do IBGE, com uma população dividida praticamente ao meio entre homens (22.797) e mulheres (22.250). A cidade, que se estende por 5.397 km², tem uma densidade demográfica de 8,35 habitantes por quilômetro quadrado — ou seja, ainda há bastante espaço para crescer. A idade mediana da população é de 32 anos, o que significa que o município está longe de ser uma cidade envelhecida, mas já sente o impacto do envelhecimento gradual, com um índice de 47,04.
Racialmente, Maracaju é diversa: são 22.409 pessoas que se autodeclaram pardas, seguidas por 19.939 brancas, 1.970 pretas, 627 indígenas e 102 amarelas. Um dado que Calderan certamente não ignora quando pensa nas demandas de diferentes comunidades e regiões da cidade.
A nova cara da Câmara de Vereadores - Enquanto Calderan celebra sua reeleição, Maracaju também terá uma nova composição na Câmara Municipal, e é bom o prefeito prestar atenção nos novos aliados — e possíveis opositores — que estarão sentados ali. A lista de eleitos não surpreende, mas traz nomes de peso local:
- Daniel Esquivel (PP) – 1.081 votos
- Nego do Povo (PSDB) – 1.042 votos
- Rener Barbosa (PSDB) – 1.014 votos
- Robert Ziemann (PSDB) – 1.014 votos
- Patrick Ribas (PSDB) – 980 votos
- Catito (PSDB) – 949 votos
- Joãozinho Rocha (PSDB) – 933 votos (eleito por média)
- Jeferson Lopes (PP) – 725 votos
- Gustavo Veterinário (PP) – 681 votos
- Vilmar da Era do Gelo (PP) – 638 votos (eleito por média)
- Diogo Frizzo (PL) – 629 votos
- Bruno Barros (PL) – 475 votos (eleito por média)
- Diney (Republicanos) – 340 votos
A nova Câmara é majoritariamente composta por vereadores do PSDB, partido de Calderan, e do PP, do vice Maurão, o que pode garantir ao prefeito um caminho tranquilo na aprovação de projetos — ou pelo menos essa é a expectativa inicial. Com um time alinhado, é possível que Calderan continue a política de obras e serviços que o manteve no poder. Mas, como sempre, a política tem suas reviravoltas.
O próximo capítulo - Enquanto Maracaju comemora ou lamenta os resultados da eleição, Calderan já olha para frente. "Tem muito mais por vir. Muito trabalho, entrega, serviços e obras", prometeu, com o entusiasmo de quem sabe que, se tudo der certo, terá mais quatro anos para fazer sua marca — ou, como ele mesmo diria, para colher o que plantou.
