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Lula zera emendas de 10 comissões do Congresso ao vetar R$ 5,6 bilhões do orçamento

Comissão de Assuntos e Econômicos do Senado e de Minas e Energia da Câmara tiveram 100% dos recursos vetados, enquanto Saúde e Educação foram poupadas; Ministério do Planejamento diz que priorizou políticas públicas e investimentos

24 janeiro 2024 - 21h55Daniel Weterman
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante participação no programa Bom Dia com Mario Kertesz, no Palácio da Alvorada
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante participação no programa Bom Dia com Mario Kertesz, no Palácio da Alvorada - (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) zerou as emendas parlamentares indicadas por 10 comissões do Congresso Nacional, enquanto poupou outros colegiados do veto de R$ 5,6 bilhões no Orçamento de 2024. O governo afirmou que priorizou políticas públicas, os pisos para saúde, educação e investimentos na hora de definir quais áreas seriam afetadas.

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No Congresso, 50 comissões aprovaram emendas no Orçamento da União e 10 delas tiveram os recursos 100% vetados pelo presidente. Entre os grupos que tiveram emendas zeradas, estão a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, a Comissão de Trabalho da Câmara e a Comissão de Minas e Energia da Câmara.

Outras oito comissões tiveram mais de 80% dos recursos vetados, incluindo a Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara, uma das que mais estratégicas para os parlamentares por ter liderado as emendas aprovadas. As indicações do colegiado caíram de R$ 1,4 bilhão para R$ 20 milhões. Por outro lado, cinco comissões não tiveram nenhum centavo de veto e foram poupadas, incluindo Saúde e Educação.

O Estadão também publicou os ministérios mais afetados. Os ministérios controlados pelo Centrão, incluindo o de Desenvolvimento Regional e do Turismo, foram afetados. O Ministério do Planejamento e Orçamento Federal afirmou que priorizou políticas públicas, os pisos para saúde, educação e investimentos na hora de definir quais áreas seriam afetadas.

O presidente Lula justificou o veto alegando que os recursos "contrariam o interesse público". Nos bastidores, abriu uma negociação com o Congresso para definir como as verbas de interesse dos parlamentares serão pagas ao longo do ano.

O que são emendas de comissão?

As emendas de comissão são recursos indicados pelas comissões permanentes do Congresso para obras e manutenção de órgãos públicos em diferentes áreas do Executivo, como saúde, educação e urbanismo. Os parlamentares definem para onde vai o dinheiro, beneficiando seus redutos eleitorais. O governo, por sua vez, efetua o repasse. Geralmente, as emendas são negociadas em troca de apoio político.

Os recursos desse tipo cresceram após o Supremo Tribunal Federal (STF) declarar o orçamento secreto, esquema revelado pelo Estadão, inconstitucional. As emendas de comissões bancaram as mesmas ações do orçamento secreto e somaram R$ 6,9 bilhões em 2023. Neste ano, vão atingir R$ 11 bilhões e podem chegar a R$ 16,8 bilhões se os vetos forem derrubados.

Líderes do Congresso defendem a derrubada do veto de Lula para retomar o dinheiro cortado. O presidente disse que terá o "maior prazer" de se reunir com os parlamentares para explicar o veto. O corte abriu caminho para o governo negociar o pagamento das emendas sancionadas antes das eleições municipais, principal foco dos deputados, senadores e prefeitos.

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