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NACIONAL

Lula se emociona ao falar sobre feminicídio e cobra ação firme contra agressores

Durante agenda em Pernambuco, presidente criticou a impunidade e pediu mobilização dos homens contra a violência de gênero

2 dezembro 2025 - 14h55Gabriel Hirabahasi e Lavínia Kaucz
Presidente Lula se emociona ao relatar casos de violência contra mulheres durante evento em Pernambuco.
Presidente Lula se emociona ao relatar casos de violência contra mulheres durante evento em Pernambuco. - (Foto: Reprodução)
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Em um discurso marcado por emoção e indignação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo veemente nesta terça-feira (2), durante evento na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, por mais rigor no combate à violência contra mulheres no Brasil. Interrompendo sua fala sobre transição energética, o presidente pediu licença para abordar casos recentes de feminicídio e agressões, criticando duramente o sistema penal brasileiro e clamando por mobilização masculina diante da escalada de brutalidade.

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"Até a morte é suave para um monstro que estupra uma criança e ainda a agride", disse Lula, ao relatar um caso ocorrido na Bahia envolvendo uma menina de dois anos. Visivelmente comovido, ele mencionou que sua esposa, Rosângela da Silva, a Janja, tem chorado frequentemente ao assistir reportagens sobre os recentes assassinatos de mulheres no país. Segundo o presidente, ela o instou a assumir uma postura mais dura na luta contra a violência de gênero: "Ela me disse que é preciso fazer mais, que essa é uma luta urgente no planeta Terra."

Durante a cerimônia, Lula mencionou ao menos três casos que ganharam repercussão nacional nos últimos dias: um feminicídio seguido de incêndio em uma casa com três crianças, um atropelamento que deixou uma mulher com as pernas amputadas e uma agressão brutal registrada por câmeras de segurança em um elevador. Os episódios, segundo ele, expõem a falência do sistema judicial ao lidar com crimes de gênero.

“O que está acontecendo na cabeça do ser humano para tanta violência?”, questionou o presidente, apontando que a impunidade alimenta esse tipo de crime. “Um sujeito que agride uma mulher pode sair da cadeia em dois anos, enquanto um pobre que rouba um pão fica preso sem advogado”, comparou, ao criticar desigualdades no sistema penal.

Lula destacou que combater a violência contra a mulher não é uma tarefa exclusiva das escolas ou das autoridades, mas um compromisso de todos, especialmente dos homens. “É preciso que haja um movimento nacional dos homens contra esses agressores. Não podemos normalizar ou silenciar diante disso”, afirmou.

Ao se referir aos criminosos como “animais irracionais”, o presidente fez um chamado contundente para que a sociedade, principalmente os homens, se eduquem e eduquem uns aos outros no respeito às mulheres, reforçando que esse não é apenas um problema feminino, mas um desafio coletivo.

A primeira-dama Janja da Silva, que tem se envolvido diretamente em pautas sociais, tem sido uma das vozes mais ativas dentro do governo em relação aos direitos das mulheres. Lula revelou que tem sido pressionado por ela a liderar ações mais concretas e efetivas. “Ela chora, se indigna, sofre com cada notícia. Isso não pode continuar assim. Precisamos de uma resposta à altura”, relatou o presidente.

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