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POLÍTICA

Lula diz que vetaria anistia a Bolsonaro e critica postura de Trump em entrevista à BBC

Presidente afirma que EUA têm comportamento desrespeitoso, mas reforça disposição para relações civis e negociadas

17 setembro 2025 - 19h45Geovani Bucci e Gabriel Hirabahasi
Presidente da República afirmou que anistia é um problema do Congresso, mas que se chegar a ele como projeto de lei aprovado, vetará.
Presidente da República afirmou que anistia é um problema do Congresso, mas que se chegar a ele como projeto de lei aprovado, vetará. - (Foto: Wilton Júnior/Estadão)
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (17), em entrevista à BBC, que vetaria qualquer projeto de anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aos demais condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. "Se viesse para eu vetar, pode ficar certo de que eu vetaria", disse Lula.

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O chefe do Executivo ressaltou que a decisão de conceder anistia cabe ao Congresso. "O presidente da República não se mete numa coisa do Congresso Nacional. Se os partidos políticos entenderem que é preciso dar anistia e votarem assim, isso é um problema do Congresso", explicou.

Lula também comentou sobre as recentes sanções comerciais dos EUA e possíveis retaliações de Donald Trump, classificando a situação como "política pequena" sem efeitos práticos. O presidente afirmou não ter relação pessoal com Trump e criticou seu comportamento, dizendo que ele "nega princípios básicos" de respeito às instituições democráticas e apoia figuras antidemocráticas globalmente.

Sobre a relação bilateral, Lula defende negociações civis e respeitosas. Ele afirmou estar disposto a dialogar diretamente com Trump, mas exige respeito, criticando a divulgação de sanções à imprensa americana em vez de resposta oficial ao Brasil. Segundo Lula, a justificativa de que o país não poderia regular big techs americanas é falsa; a discussão é sobre empresas que atuam no território brasileiro, prática adotada em diversos países.

O presidente ainda lembrou episódios históricos de tensão, incluindo a participação dos EUA no golpe de 1964, e criticou declarações recentes de autoridades norte-americanas, como o secretário do Departamento de Estado Marco Rubio, sobre possíveis punições ao Brasil e retirada de vistos de ministros do STF.

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