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26 de outubro de 2025 - 17h04
DIPLOMACIA INTERNACIONAL

Lula e Trump abrem diálogo para tentar encerrar tarifaço contra o Brasil

Primeira reunião entre chanceleres dos dois países acontece neste domingo na Malásia; indústria brasileira vê avanço concreto

26 outubro 2025 - 12h45
Presidente Lula se reúne com Donald Trump na Malásia para discutir fim do tarifaço contra produtos brasileiros
Presidente Lula se reúne com Donald Trump na Malásia para discutir fim do tarifaço contra produtos brasileiros - Foto: Ricardo Stuckert/PR

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) classificou como um “avanço concreto” o início das negociações entre o Brasil e os Estados Unidos para reverter o tarifaço imposto às exportações brasileiras. A declaração foi feita neste domingo (26), após o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente norte-americano Donald Trump durante um evento na Malásia.

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O presidente da CNI, Ricardo Alban, ressaltou que a retomada do diálogo entre os dois governos sinaliza uma possível solução para a crise comercial instaurada desde julho deste ano. “O anúncio do início das negociações sobre o tarifaço, com disposição real das duas partes para alcançar um acordo, é um passo relevante. Acreditamos que teremos uma solução que vai devolver previsibilidade e competitividade às exportações brasileiras, fortalecendo a indústria e o emprego no país”, afirmou Alban em nota à imprensa.

Negociações iniciam neste domingo - Logo após o encontro entre os chefes de Estado, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou que a primeira rodada de negociações diplomáticas para revisão das tarifas ocorre ainda neste domingo. A conversa será conduzida pelo próprio chanceler, com apoio do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Fernando Elias Rosa.

Do lado norte-americano, participam da negociação o secretário de Estado, Marco Rubio, e o secretário do Tesouro, Scott Bessent. O diálogo visa amenizar os impactos da taxação de 50% imposta pelo governo dos EUA a todos os produtos brasileiros exportados para o país.

O tarifaço, anunciado por Trump em julho, atingiu fortemente o setor exportador brasileiro, especialmente nos segmentos agrícola, industrial e de commodities. Além disso, a medida veio acompanhada de retaliações diplomáticas, como a revogação de vistos de viagem de ministros brasileiros e sanções adicionais que aprofundaram a tensão bilateral.

A resposta brasileira tem se concentrado na busca por uma solução diplomática, que agora ganha um novo capítulo com o início das negociações. A expectativa do setor produtivo é que a retomada do diálogo resulte na suspensão das tarifas, permitindo a recuperação das exportações e da competitividade da indústria nacional.

Para a CNI, a reversão do tarifaço é essencial para restaurar a previsibilidade nos negócios internacionais. Ricardo Alban destacou que a competitividade brasileira depende da manutenção de relações comerciais estáveis com os Estados Unidos, principal parceiro econômico do Brasil fora da América do Sul.

A entidade acompanha de perto os desdobramentos das negociações e vê com otimismo o envolvimento direto dos presidentes e das principais autoridades econômicas dos dois países. “Trata-se de uma agenda prioritária para o setor industrial, com impacto direto sobre o emprego e o crescimento do país”, pontuou Alban.

Cenário internacional e estratégia brasileira - O encontro entre Lula e Trump na Malásia ocorre em um momento de grande tensão nas relações internacionais, marcado por disputas comerciais, protecionismo e instabilidade política. A reaproximação entre os dois líderes representa uma tentativa do Brasil de reposicionar-se no cenário global com uma diplomacia ativa e pragmática.

Segundo fontes do Itamaraty, o governo brasileiro adotará uma postura firme, mas conciliadora, nas negociações. A ideia é mostrar que a taxação unilateral prejudica não apenas o Brasil, mas também consumidores e empresas americanas que dependem de insumos brasileiros.

Caso haja avanços na primeira rodada de conversas, as equipes técnicas devem iniciar uma série de encontros periódicos para debater ponto a ponto as tarifas aplicadas. Ainda não há prazo para conclusão do processo, mas o fato de ambas as partes se mostrarem dispostas ao diálogo já é considerado um sinal positivo.

A diplomacia brasileira também trabalha para reverter as sanções diplomáticas paralelas, como a revogação de vistos, vista como uma afronta às relações institucionais entre os países. Esse tema deve ser tratado em uma etapa posterior das negociações.

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