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PRESIDENTE LULA

'Tem um monte de gente que nem foi condenado ainda e já quer anistia', ironiza Lula

Presidente ironizou o ex-presidente Jair Bolsonaro, sem citá-lo durante entrevista e afirmou que investigação ainda está em curso

16 julho 2024 - 21h35Matheus de Souza e Caio Spechoto
Presidente alfinetou antigo ocupante do cargo, sem citar o nome de Jair Bolsonaro
Presidente alfinetou antigo ocupante do cargo, sem citar o nome de Jair Bolsonaro - (Foto: Wilton Júnior/Estadão)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ironizou, em entrevista à TV Record, as demandas bolsonaristas por anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro, que procura contar com o instrumento para evitar uma possível prisão decorrente das investigações das quais é alvo. "Tem um monte de gente que nem foi condenado e já quer anistia", disse Lula sem citar o adversário.

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"Primeiro, você espera ser condenado, você vai ser processado, julgado, aí, sim, você pode discutir anistia", disse o presidente. "Mas as pessoas nem foram julgadas e já estão pedindo anistia, significa que essas pessoas estão dizendo 'eu sou culpado'", disse.

"Estamos em um processo de investigação, de apuração ... Quando esse processo estiver terminado, nós vamos discutir o que fazer, não tem por que colocar o carro na frente do bois", completou o petista.

Além dos inquéritos nos quais é investigado atualmente, como nos casos da falsificação de cartões de vacina, tentativa de golpe de Estado e venda ilegal de joias recebidas como presente no cargo, e cujas possíveis condenações poderiam ser alvo de uma possível anistia, Jair Bolsonaro está inelegível até 2030, após decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Banco Central

Lula da Silva afirmou que não é necessário uma lei para garantir independência ao Banco Central, dando a entender que, mesmo sem a autonomia formal da autarquia, a instituição agiria de forma autônoma. "Eu duvido que tenha um presidente mais independente que o Henrique Meirelles, que foi meu presidente do BC por oito anos", citou o presidente, reclamando da "quantidade de gente que dá palpite em coisa que não deveria dar palpite". Lula também pontuou que vai escolher sua indicação para a presidência do Banco Central "na hora certa".

"Não precisava de uma lei para dar independência. O cidadão está lá, ele tem uma função, ele tem que cuidar da política monetária, de cumprimento das metas de inflação", disse Lula. O presidente também afirmou que "não tem um tempo certo" para indicar quem vai substituir Roberto Campos Neto no comando da autarquia.

"Na hora que eu tiver um nome correto eu vou chamar o (ministro da Fazenda) Fernando Haddad, e vamos discutir a indicação", afirmou, negando que já tenha um nome escolhido para a vaga, mesmo que o diretor de Política Monetária do órgão, Gabriel Galípolo, seja franco favorito para o cargo.

"Tem muito palpite, chega muito nome para mim", disse o petista, afirmando ter muita "paciência e tranquilidade" para chegar ao nome. "Eu sei o que representa o Banco Central, eu sei da responsabilidade, até porque a definição da meta de inflação não é do Banco Central, é do Conselho Monetário", disse.

Para Lula, o País está vivendo "um momento muito bom", com a inflação "totalmente controlada". "Obviamente que não fizemos tudo que o povo precisa, está muito longe da gente fazer tudo que o povo precisa, mas se a gente comparar com o que era há dezessete meses atrás com o Brasil de hoje, as pessoas voltaram até a sorrir", disse.

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