A Operação Carbono Oculto, considerada a maior ofensiva contra o crime organizado no Brasil, virou palco de disputa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). A operação atingiu diretamente o coração financeiro do país, a Faria Lima, e o setor de combustíveis, com 1.400 agentes cumprindo 200 mandados de busca e apreensão em dez Estados, contra 350 alvos ligados a facções criminosas, incluindo o PCC.
O governo federal, por meio de uma coletiva de imprensa, fez questão de reforçar sua liderança na ação, destacando a participação das forças federais e estaduais. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, ressaltou que o combate ao crime organizado no Brasil exige uma abordagem global e integrada. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfatizou a colaboração das autoridades estaduais, como os Ministérios Públicos e as polícias, nas investigações.
Lula também usou suas redes sociais para destacar a importância do trabalho integrado entre as diferentes esferas de governo, afirmando que a operação é a maior resposta do Estado brasileiro ao crime organizado na história recente do país. Ele destacou a criação do Núcleo de Combate ao Crime Organizado no Ministério da Justiça, como ponto de partida para a ação.
A população em todo o país assistiu hoje à maior resposta do Estado brasileiro ao crime organizado de nossa história até aqui. Em atuações coordenadas que envolveram Polícia Federal, Receita Federal e Ministérios Públicos estaduais, foram deflagradas três operações simultâneas…
— Lula (@LulaOficial) August 28, 2025
Por outro lado, o governador Tarcísio de Freitas aproveitou o momento para ressaltar a atuação do Gaeco e das polícias de São Paulo, garantindo que a operação começou no estado e se expandiu para todo o Brasil. Em um vídeo, o governador afirmou que a operação é uma resposta "corajosa" contra facções que antes eram consideradas intocáveis, e que a mensagem é clara: em São Paulo, o crime organizado não terá vez.
Além da disputa pela operação, Lula e Tarcísio também estão em uma guerra velada pela paternidade do túnel Santos-Guarujá. Embora em público se mostrem aliados, nos bastidores, ambos disputam o crédito pela obra prometida há décadas. Ambos se elogiam, destacando a parceria entre os governos estadual e federal, mas a disputa sobre quem tem maior participação na realização do projeto é intensa.
Em relação à Operação Carbono Oculto, a Faria Lima se destacou como um dos principais focos da ação, com 42 alvos localizados em cinco endereços, incluindo edifícios emblemáticos da região. A operação, que visa combater o domínio do setor de combustíveis por facções criminosas, tem como um de seus maiores objetivos desarticular as estruturas financeiras que sustentam o crime organizado no país.
A disputa entre Lula e Tarcísio, além de revelar a intensidade da rivalidade política, também destaca o crescimento do enfrentamento ao crime organizado como tema central das gestões no Brasil, com foco na ação integrada entre os diferentes níveis de governo.
