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GOVERNO LULA

Lula reúne ministros para conter desgaste após crise na segurança pública

Encontro ocorre após queda na popularidade e pressão por mudanças no projeto de lei contra o crime organizado

13 novembro 2025 - 13h35Gabriel Hirabahasi
Lula reuniu ministros no Palácio do Planalto para discutir resposta à crise de segurança e conter desgaste político
Lula reuniu ministros no Palácio do Planalto para discutir resposta à crise de segurança e conter desgaste político - Foto Roberto Stuckert/ PR/

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião com nove ministros na manhã desta quinta-feira (13) para discutir medidas de segurança pública e avaliar os impactos políticos da crise no setor. O encontro, realizado no Palácio do Planalto, ocorre em meio a um ambiente de crescente insatisfação popular, dificuldades na articulação com o Congresso e estagnação na recuperação de sua imagem junto ao eleitorado.

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A reunião contou com a presença de nomes centrais do governo: o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin; os ministros Rui Costa (Casa Civil), Fernando Haddad (Fazenda), Camilo Santana (Educação), Wellington Dias (Desenvolvimento Social), Renan Filho (Transportes), Waldez Góes (Integração), Ricardo Lewandowski (Justiça) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais).

Recuo estratégico e impasse no Congresso - O principal motivo do encontro foi o desgaste causado pelas discussões em torno do projeto de lei de combate ao crime organizado, que está em tramitação na Câmara dos Deputados. Mesmo após alterações feitas pelo relator, deputado Guilherme Derrite (PP-SP), o Planalto manteve críticas a pontos centrais do texto, considerados excessivos por aliados do governo.

A pressão para adiar a votação partiu tanto da base aliada quanto de governadores de oposição. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), atendeu ao pedido e postergou a análise do projeto para permitir maior debate.

A ofensiva da oposição e o debate em torno da segurança pública vêm sendo impulsionados por recentes episódios de violência, como a megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro, que reacendeu a discussão nacional sobre o combate ao crime organizado.

A crise na segurança já mostra reflexos nas pesquisas de opinião. De acordo com o levantamento Genial/Quaest divulgado na quarta-feira (12), a aprovação ao governo federal recuou de 48% para 47%, enquanto a desaprovação subiu de 49% para 50% — a primeira oscilação negativa desde maio.

Na disputa direta com adversários, Lula ainda lidera, mas viu a vantagem diminuir. Contra Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, por exemplo, a diferença caiu de 12 para apenas 5 pontos percentuais, segundo nova rodada da mesma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (13).

O Planalto avalia que a crise na segurança pública está freando os efeitos positivos de medidas econômicas e sociais que vinham sendo usadas para recuperar a imagem do presidente. A resposta institucional tenta reposicionar o governo no debate, evitando que adversários ocupem esse espaço de forma isolada no discurso público.

Pressão política e ajustes no discurso - Além de tentar controlar os danos, a reunião também teve como objetivo alinhar o discurso do governo e preparar estratégias para enfrentar o debate sobre segurança pública sem abrir mão de princípios defendidos por Lula e por setores progressistas da base aliada.

O governo estuda apresentar uma proposta alternativa ao projeto de combate às facções, reforçando ações integradas com estados e ampliação de investimentos em inteligência policial e prevenção.

O Planalto também quer evitar que o tema se transforme em cabo de guerra eleitoral, abrindo espaço para narrativas da oposição em ano pré-eleitoral.

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