
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta segunda-feira (15) que assinou a recondução de Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República. A decisão foi comunicada pelo próprio presidente nas redes sociais, onde afirmou ter a convicção de que Gonet seguirá à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR) com “firmeza e responsabilidade”.
“O Brasil precisa de seriedade, coragem e compromisso com a verdade. Precisa de boa investigação, de denúncia responsável e de independência para agir sem medo de quem quer que seja”, escreveu Lula ao comentar a recondução.
Paulo Gonet ganhou projeção nacional durante seu primeiro mandato na PGR ao denunciar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por cinco crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A atuação colocou o procurador no centro de um dos processos mais sensíveis da história recente do País.
O novo mandato de Gonet terá início nesta sexta-feira (19) e se estenderá até dezembro de 2027. A assinatura da recondução foi realizada de forma reservada no Palácio do Planalto. Lula e o procurador-geral tinham agenda prevista para as 14h40 desta segunda-feira.
Antes da formalização pelo presidente, o nome de Paulo Gonet já havia sido aprovado pelo Senado Federal, no último dia 12 de dezembro. A recondução foi chancelada por 45 votos favoráveis e 26 contrários, em uma votação considerada apertada, já que o mínimo necessário era de 41 votos.
O resultado marcou a menor margem de aprovação para um procurador-geral da República desde a redemocratização do Brasil, refletindo o ambiente político polarizado em torno da atuação do Ministério Público e das investigações conduzidas pela PGR.
Com a recondução, Gonet seguirá no comando do órgão responsável por atuar junto ao Supremo Tribunal Federal e por conduzir investigações envolvendo autoridades com foro privilegiado, em um período que deve continuar marcado por forte tensão política e institucional.


