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RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Lula rebate Trump em artigo no NYT e diz que soberania do Brasil é 'inegociável'

Presidente contesta tarifas dos EUA e acusa decisão de ter motivação política; balança comercial favorece americanos, afirma

14 setembro 2025 - 17h00
Em artigo no The New York Times, Lula acusa EUA de motivação política ao taxar produtos brasileiros
Em artigo no The New York Times, Lula acusa EUA de motivação política ao taxar produtos brasileiros - Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
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Em artigo publicado neste domingo (14) no jornal The New York Times, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, acusou o governo americano de agir por motivações políticas e reafirmou que a soberania e a democracia brasileiras não estão em negociação.

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Intitulado “Democracia e Soberania Brasileiras São Inegociáveis”, o texto é uma resposta direta ao presidente dos EUA, Donald Trump, que anunciou tarifas de até 50% sobre importações do Brasil após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

EUA têm superávit de US$ 410 bilhões com o Brasil, diz Lula

No artigo, Lula destaca que 75% das exportações dos Estados Unidos para o Brasil são isentas de impostos e que, nos últimos 15 anos, os americanos registraram superávit comercial de US$ 410 bilhões na relação bilateral.

“O Brasil não impõe barreiras injustificadas. A decisão de taxar nossos produtos é política, e não econômica”, escreveu Lula.

Defesa do Judiciário e críticas à interferência

Lula também rejeitou as alegações de perseguição política contra Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe, e defendeu a atuação do judiciário brasileiro. O presidente classificou como “infundadas” as críticas de Trump e membros do governo dos EUA que chamaram o processo de "caça às bruxas".

O artigo ainda contesta a visão de que o Brasil censura ou persegue empresas de tecnologia americanas. Segundo Lula, “todas as plataformas digitais, nacionais ou estrangeiras, seguem as mesmas leis”, e que regular o setor não é censura, mas proteção contra fraudes, desinformação e discurso de ódio.

PIX, Amazônia e disposição para o diálogo

Outro ponto defendido pelo presidente foi o sistema de pagamentos PIX, apresentado como exemplo de inclusão financeira. Lula afirmou que o método facilitou o acesso de milhões de brasileiros e empresas a transações digitais, impulsionando a economia.

Sobre o meio ambiente, o presidente destacou a redução pela metade do desmatamento na Amazônia nos últimos dois anos, além da apreensão de milhões de dólares usados em crimes ambientais.

Por fim, Lula se mostrou disposto a negociar. “As diferenças ideológicas não podem prejudicar o trabalho conjunto entre Brasil e Estados Unidos. Mantemos relações há mais de 200 anos, e isso deve ser respeitado”, concluiu.

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