
Durante reunião ministerial na Granja do Torto nesta quarta-feira (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a criação de um Ministério da Segurança Pública, mas com uma condição: a aprovação da PEC da Segurança Pública, que define com clareza o papel da União na área. Segundo Lula, a Constituição não delimita com precisão as competências federais, o que impede o governo de agir diretamente no combate ao crime.
“Eu quero aprovar a PEC porque, depois que definir o papel da União, nós vamos criar o Ministério da Segurança Pública”, disse o presidente, explicando que não quer ferir a autonomia dos Estados sem amparo legal. A proposta já está em discussão no Congresso e deve ser tratada como prioridade para o governo em 2026.
No mesmo encontro, Lula também cobrou maior envolvimento da equipe ministerial masculina nas ações de combate à violência de gênero. De acordo com o presidente, há resistência ou despreparo para dialogar com a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, e para tratar o tema de forma transversal. “É urgente”, alertou.
Eleições no radar - Em tom político, Lula ainda provocou possíveis adversários para 2026, dizendo que a oposição repete discursos antigos e não apresenta novidades. “Quero saber quais as novidades que eles vão propor”, afirmou.
A sinalização é clara: o Planalto quer transformar a PEC da Segurança Pública em uma das vitrines eleitorais para o próximo ciclo, reposicionando o governo na disputa por narrativas sobre crime, segurança e atuação federal. A aposta é desmobilizar o discurso da direita e nacionalizar o combate ao crime organizado com respaldo constitucional.

