O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconheceu nesta sexta-feira, 24, que se expressou mal ao afirmar que "traficantes são vítimas dos usuários" de drogas. A declaração gerou repercussão negativa e críticas por parte de setores ligados à segurança pública e à oposição. Lula, no entanto, não pediu desculpas, e reafirmou o posicionamento do seu governo no combate ao tráfico e ao crime organizado.
“Fiz uma frase mal colocada nesta quinta-feira e quero dizer que meu posicionamento é muito claro contra os traficantes e o crime organizado”, escreveu o presidente em seu perfil no X (antigo Twitter). A publicação foi feita às 14h15, horário de Brasília. Lula está em Kuala Lumpur, na Malásia, acompanhando a missão presidencial ao Sudeste Asiático.
Segundo o presidente, as ações do governo falam mais alto do que suas palavras. “Mais importante do que as palavras são as ações que o meu governo vem realizando, como é o caso da maior operação da história contra o crime organizado, o encaminhamento ao Congresso da PEC da Segurança Pública e os recordes na apreensão de drogas no país”, completou.
Frase gerou críticas e reações - A frase original foi dita por Lula durante evento na quinta-feira, 23, e repercutiu amplamente nas redes sociais e na imprensa. “Toda vez que a gente fala de combater as drogas, possivelmente fosse mais fácil a gente combater os nossos viciados internamente. Os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também”, declarou, ao comentar formas de enfrentar o narcotráfico no Brasil.
A fala foi vista como controversa por minimizar a responsabilidade de traficantes e gerar dúvidas sobre o posicionamento oficial do governo federal sobre o tema. O próprio presidente reconheceu que a frase "não foi feliz" e procurou esclarecer sua posição, mas sem fazer um pedido formal de desculpas.
Medidas e ações em curso
Apesar da repercussão, Lula ressaltou que sua gestão tem atuado de forma concreta contra o tráfico. Entre as iniciativas, o governo destaca:
A maior operação da história da Polícia Federal contra o crime organizado;
O envio da Proposta de Emenda à Constituição da Segurança Pública ao Congresso;
Recordes de apreensão de drogas no território nacional em 2023 e 2024.
Em meio a críticas e embates com governadores e prefeitos sobre a crise da segurança pública, especialmente no Rio de Janeiro e no Norte do país, o Palácio do Planalto vem tentando reforçar a imagem de que o combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado é prioridade.
