
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que completa 80 anos nesta segunda-feira (27), poderá se tornar o quarto chefe de Estado do continente americano a tomar posse com mais de 80 anos, caso seja reeleito em 2026. Atual presidente mais velho da história do Brasil, Lula assumiu o terceiro mandato aos 77 anos e confirmou, na semana passada, que pretende concorrer novamente.
Durante viagem à Indonésia, o petista reafirmou a candidatura, condicionando apenas sua participação à própria saúde. “A única questão que terei de avaliar em 2026 será minha saúde”, declarou.
Caso vença, Lula terá 81 anos, dois meses e nove dias na posse, em 5 de janeiro de 2027. Isso o colocaria ao lado de outros três líderes americanos que chegaram ao cargo com idade superior a 80 anos: Miguel Manuel Sanclemente (Colômbia, 1898), Cornelius Alvin Smith (Bahamas, 2019) e Raúl Castro (Cuba, 2013).
Lula será também o candidato mais velho a disputar a reeleição no Brasil desde a criação do instituto, em 1996. Os principais adversários mencionados por pesquisas eleitorais são mais jovens: Tarcísio de Freitas (52 anos em 2027), Michelle Bolsonaro (45) e Ratinho Júnior (45). Apenas Ronaldo Caiado (União Brasil), com 77 anos, se aproxima da idade do petista.
Mesmo que não vença, Lula permanecerá como o presidente mais idoso da história brasileira a assumir o cargo.
Segundo o cientista político Tiago Valenciano, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), presidências após os 80 anos são raras por se tratarem, geralmente, do ápice e encerramento de carreiras políticas. O caso de Lula, no entanto, é atípico.
“Normalmente, o comando de um país é o coroamento de uma trajetória política. Lula já havia se aposentado das urnas, mas voltou por conta da conjuntura e da falta de nomes no PT”, analisa.
Em evento recente, Lula chegou a brincar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que também tem idade avançada. “Tenho 80 anos e ele vai fazer 80. Sou mais velho, então posso falar mais grosso com ele”, disse, entre risos.
Caso eleito, Lula reforçará a tendência de longevidade crescente entre os líderes políticos e ampliará seu lugar como figura central da história política brasileira.
