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INTERNACIONAL

Lula diz que relação com Donald Trump 'nunca deveria ter sido truncada'

Presidente afirmou que Brasil e Estados Unidos devem manter harmonia e defendeu nova política de crédito imobiliário lançada pelo governo federal

10 outubro 2025 - 17h35Gabriel de Sousa e Geovani Bucci
Lula afirmou que relação com Donald Trump nunca deveria ter sido truncada e defendeu harmonia entre Brasil e EUA.
Lula afirmou que relação com Donald Trump "nunca deveria ter sido truncada" e defendeu harmonia entre Brasil e EUA. - (Foto: Evaristo Sa and Ludovic MARIN / AFP)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (10) que ele e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conseguiram estabelecer uma relação de respeito e diálogo que, segundo ele, “nunca deveria ter sido truncada”.

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A declaração foi feita durante o lançamento do novo modelo de crédito imobiliário, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo.

“Acho que a gente estabeleceu uma relação que nunca deveria ter sido truncada porque eu nunca tratei um presidente de outro país ideologicamente. Quem tem que tratar ideologicamente é o povo que elegeu ele, eu não”, disse Lula.

Conversa com Trump - O presidente voltou a mencionar a conversa telefônica que manteve com Trump na última segunda-feira (6). Segundo Lula, ambos defenderam o fortalecimento das relações bilaterais e a superação de divergências políticas.

“Nós dois temos 80 anos e governamos as duas maiores democracias do Ocidente. A gente não pode passar discórdia e desavença para o restante do mundo. A gente precisa passar harmonia”, declarou.

Lula também respondeu a críticas de que teria demorado a tentar restabelecer contato com o republicano. O petista afirmou que o respeito entre países se baseia em autonomia e autoridade moral, e não em submissão diplomática.

“Ninguém respeita quem não se respeita. Se você acha que lamber botas te ajuda, vai cair do cavalo. As pessoas respeitam quando percebem que você tem caráter e autoridade moral”, disse.

O presidente ressaltou que o Brasil tem buscado diversificar o comércio exterior, fortalecendo relações com China e outros parceiros econômicos.

Novo modelo de crédito imobiliário - Durante o evento, Lula apresentou o novo modelo de crédito imobiliário, desenvolvido pelo governo federal em parceria com o Banco Central e o setor da construção civil.

A medida tem como objetivo corrigir o esgotamento da poupança como fonte de financiamento habitacional e tornar o sistema mais flexível e sustentável.

Pelo novo mecanismo, a cada R$ 1 emprestado no crédito habitacional, os bancos poderão usar o mesmo valor da poupança livremente por até cinco anos, com possibilidade de prorrogação mediante novos financiamentos.

Atualmente, 65% dos recursos da poupança precisam ser direcionados ao crédito imobiliário, 20% são recolhidos como compulsório pelo Banco Central e 15% são de uso livre. O BC deve liberar cinco pontos percentuais do compulsório, com impacto estimado entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões no crédito habitacional.

Destinação dos recursos - Dos valores liberados, 80% deverão ser aplicados no Sistema de Financiamento Habitacional (SFH), com juros máximos de 12% ao ano, e 20% no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), que opera com taxas de mercado.

O modelo será implementado de forma gradual até o fim de 2026, em fase de testes, e deve entrar em pleno funcionamento em 2027.

Segundo o governo, o período de transição atende a um pedido do setor da construção civil, que alertou para o risco de rupturas bruscas no sistema de crédito.

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