O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que considera injustas as sanções impostas contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) por parte do governo norte-americano. A declaração foi feita durante a videoconferência realizada entre os dois líderes nesta segunda-feira (6).
O relato da conversa foi feito à imprensa pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, logo após o encontro virtual. "O presidente Lula colocou que as sanções aos ministros não são justas e que isso também deveria ser rediscutido", afirmou Alckmin.
Diálogo direto e clima de otimismo
A conversa de 30 minutos foi considerada "muito positiva" pelo governo brasileiro, segundo o vice-presidente. Apesar de ainda não haver uma nova reunião marcada entre os chefes de Estado, a expectativa é de que o diálogo prossiga, tanto entre ministros quanto entre os próprios presidentes, que trocaram telefones pessoais para manter contato direto.
"Foi muito boa a conversa, melhor do que nós esperávamos, então estamos muito otimistas de que vamos avançar", afirmou Alckmin.
O encontro entre Lula e Trump ocorreu após semanas de tensão nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, provocadas pelo tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros, imposto pelo governo norte-americano. Na ocasião, Lula pediu a reavaliação da medida e propôs a retomada do diálogo diplomático e econômico entre os países.
Relação com o STF e pressões internas
As sanções impostas pelos EUA a membros do STF, como o ministro Alexandre de Moraes, geraram forte repercussão no Brasil. O gesto de Lula é interpretado como uma defesa institucional do Judiciário brasileiro e uma tentativa de conter a pressão sobre as relações diplomáticas em um momento de reconstrução dos laços com os Estados Unidos.
A Casa Branca ainda não se manifestou oficialmente sobre o conteúdo da videoconferência.
