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POLÍTICA

Lula defende cassação de Eduardo Bolsonaro por atuar contra o Brasil nos EUA

Presidente classifica ação do deputado como traição à pátria e diz que enfrentamento deve ocorrer no campo político

26 agosto 2025 - 14h25
Lula defendeu que o Congresso discuta a cassação de Eduardo Bolsonaro por atuar contra o Brasil nos EUA
Lula defendeu que o Congresso discuta a cassação de Eduardo Bolsonaro por atuar contra o Brasil nos EUA - Foto: Reprodução
Terça da Carne

Durante a abertura da segunda reunião ministerial de 2025, realizada nesta quarta-feira (26), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e defendeu que o Congresso Nacional discuta sua cassação por atuar contra os interesses do Brasil no exterior.

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Eduardo, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, se licenciou do mandato por 122 dias em março e passou a residir nos Estados Unidos, sob a alegação de estar sofrendo perseguição política. Desde então, tem mantido interlocução com autoridades americanas, incluindo o ex-presidente Donald Trump, com o objetivo de promover sanções ao Brasil e a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Para Lula, o comportamento do deputado configura uma grave deslealdade com o país.
“Possivelmente, é uma das maiores traições que uma pátria sofre de filhos seus”, afirmou o presidente.

“Ele insufla com mentiras e hipocrisias outro Estado contra o Estado nacional do Brasil. Já deveria ter sido expulso da Câmara”, completou Lula, em um dos trechos mais duros de seu discurso.

Indiciamento por tentativa de golpe

A fala do presidente ocorre dias após a Polícia Federal indiciar Eduardo Bolsonaro e seu pai, Jair Bolsonaro, pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

A investigação concluiu que Eduardo atuou junto ao governo de Donald Trump para articular represálias políticas contra o Brasil, em especial contra autoridades do STF, como o ministro Alexandre de Moraes.

As mensagens obtidas pela PF demonstram que o parlamentar buscava influenciar a diplomacia americana a deslegitimar o atual governo brasileiro e a tratar o Judiciário do país como uma ameaça à liberdade. As ações de Eduardo foram consideradas, pelos investigadores, parte de um plano mais amplo de instabilidade institucional.

"Frente de batalha política", diz Lula

Ao reforçar que a resposta deve vir do Parlamento e não do Executivo, Lula afirmou que a questão é de natureza política.
“Vamos ter que fazer disso uma frente de batalha no campo da política, para que o Brasil seja respeitado”, declarou o presidente.

Nos bastidores, parlamentares da base governista já discutem a possibilidade de abrir processo no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que pode culminar na cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro por quebra de decoro parlamentar.

Críticas à atuação fora do país

Lula também fez referência ao fato de Eduardo estar morando fora do Brasil durante o exercício do mandato, mantendo seu salário e benefícios como parlamentar.
“Não existe nada mais grave do que uma família inteira custear um filho que ataca o próprio país em nome de interesses pessoais ou ideológicos”, criticou.

A atuação internacional do deputado vem sendo vista como uma extensão das disputas internas que marcam o embate entre bolsonarismo e instituições democráticas desde o fim do mandato de Jair Bolsonaro.

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