
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se pronunciou nesta terça-feira, 12, sobre sua relação com o empresariado brasileiro, afirmando que nunca se preocupou com o comportamento eleitoral deste setor, já que, segundo ele, a maioria dos empresários nunca votou nele. Lula também destacou que nunca fez comícios voltados a esse público, mas sempre os tratou "com o respeito que eles merecem".

O petista aproveitou para criticar parte da elite brasileira, mencionando o "complexo de vira-lata", expressão usada para desqualificar aqueles que, na visão dele, se consideram inferiores e inferiores aos outros países. Ainda assim, Lula fez questão de elogiar a atuação do Brasil no comércio exterior, citando especialmente o agronegócio e seu papel fundamental na economia global.
Em relação aos Estados Unidos, Lula enfatizou a importância do agronegócio brasileiro para a disputa com os americanos no mercado chinês, ressaltando o crescimento nas exportações de commodities como algodão, milho, soja e etanol. "Trump precisa se preocupar com o agronegócio brasileiro, pois estamos ocupando o mercado da China que antes era deles", afirmou.
O presidente também criticou a postura dos Estados Unidos sobre tarifas, mencionando que 73% das exportações norte-americanas têm tarifa zero e que o Brasil não deve ser alvo de reclamações sobre o comércio.
Além disso, Lula renovou as acusações contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, chamando-o de responsável por "crime de traição à Pátria", prometendo que ele e seus aliados serão julgados no Brasil. Ele também criticou a assessoria de Trump, sugerindo que conselhos vindos da família Bolsonaro podem levar a informações equivocadas sobre o Brasil.
Em relação à política ambiental, Lula anunciou que levará à próxima Conferência do Clima (COP30) uma proposta de criação de uma tarifa paga por países ricos para a preservação das florestas. O presidente também reafirmou o compromisso do Brasil em alcançar o desmatamento zero até 2030.
