O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a chamada PEC da Blindagem, aprovada recentemente pelo Congresso, e disse que votaria contra a proposta caso fosse deputado. Em entrevista à BBC nesta quarta-feira, 17, ele afirmou que a melhor forma de proteção para parlamentares é não cometer ilícitos.
"Se eu fosse deputado, eu seria contra e votaria contra. Acho desagradável as pessoas fazerem uma blindagem, inclusive colocando o presidente de partido. Ficou uma coisa muito esquisita para a sociedade brasileira compreender o que é isso", disse.
Lula também declarou que, se fosse dirigente partidário, orientaria o PT a votar de forma unificada contra a PEC. "Se eu fosse presidente do meu partido, orientaria para votar contra. Aliás, eu votaria para fechar questão e votar contra", reforçou.
Apesar da posição majoritária da bancada petista contra o texto, oito parlamentares da sigla votaram a favor, o que gerou críticas de setores da sociedade civil. A proposta foi encampada principalmente por partidos do Centrão e pela direita bolsonarista.
Questionado sobre uma eventual disputa presidencial em 2026 contra Jair Bolsonaro (PL), Lula disse não ter receio. "Eu ganhei dele quando ele estava na Presidência. Não me causa nenhum problema disputar eleição com quem quer que seja. O que eu acho é que esse cidadão cometeu um crime e, se não provar a inocência até o final do processo, vai ser condenado e preso", afirmou.
