
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo (3), durante o 17º Encontro Nacional do PT, que o Brasil sediará a melhor Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP) já realizada. O evento, previsto para 2025 em Belém, é considerado prioridade do governo na agenda internacional. Segundo Lula, o destaque do País em grandes encontros internacionais tem incomodado setores que, segundo ele, "se acham donos do mundo".

“Fizemos a melhor reunião do G20 já feita na história, aqui no Brasil. Fizemos a maior reunião do Brics já realizada, aqui no Brasil. E vamos fazer a melhor COP da história. Isso começa a assustar quem se acha dono do planeta”, declarou.
Críticas ao governo anterior e à pauta ambiental
Lula usou parte do discurso para rebater críticas sobre a credibilidade de seu governo, especialmente em relação ao meio ambiente e à política externa. “O que nós fizemos não chegou para ninguém ainda. É muito lançamento dentro do Palácio do Planalto e pouco lançamento na rua”, admitiu, ao destacar a necessidade de fortalecer a comunicação com a população.
O presidente também criticou o governo anterior, liderado por Jair Bolsonaro (PL), afirmando que o ex-presidente "não fez nada no País" além de gerar um debate político centrado na polarização. “Você viaja o Brasil, você não encontra nada que ele fez. Era a política. Era a luta contra o sistema”, disse Lula, ao acusar o ex-mandatário de desmontar programas sociais das gestões petistas.
Reação à atuação de Eduardo Bolsonaro no exterior
Um dos trechos mais duros do discurso foi reservado ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente. Lula criticou o parlamentar por articular, nos Estados Unidos, uma campanha pela imposição de sanções comerciais ao Brasil e pela anistia ao pai, que é réu em processo por tentativa de golpe.
“Tem um cara que fazia campanha abraçado na bandeira nacional, agora está indo nos Estados Unidos se abraçar à bandeira americana para pedir para o Trump taxar os produtos brasileiros, para dar anistia para o pai dele. Isso é a excrescência da excrescência política”, afirmou Lula, sem citar diretamente o nome de Eduardo.
Defesa da política como instrumento de transformação
O presidente também ressaltou que é necessário “colocar a política no debate”, defendendo o papel da esquerda na reconstrução do país. Segundo ele, o PT precisa se reconectar com a população, apontando falhas cometidas no passado, mas também resgatando as conquistas sociais das gestões anteriores.
A fala de Lula ocorre em um momento de crescente tensão diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos, após o governo Trump anunciar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros — incluindo o café —, e impor sanções ao ministro Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky.
