Em um discurso nesta sexta-feira, 25, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou a articulação da família Bolsonaro com o governo dos Estados Unidos para impor tarifas sobre produtos brasileiros à traição de Silvério dos Reis a Tiradentes, durante a Inconfidência Mineira. Lula destacou o patriotismo falso de quem se diz nacionalista, mas age para prejudicar o Brasil.
"Vocês sabem por que Tiradentes foi traído? Silvério dos Reis sabia que Tiradentes estava querendo fazer um movimento para a independência de Minas Gerais, e apareceu um cara chamado Silvério dos Reis, que o traiu", lembrou Lula, destacando a importância de Tiradentes como herói nacional, que deu sua vida pela independência do Brasil.
Lula, então, traçou o paralelo, dizendo que, assim como Silvério dos Reis traiu Tiradentes, a família Bolsonaro estaria "traindo a nação" ao buscar apoio de Trump para prejudicar economicamente o Brasil. "Esses mesmos cidadãos que usavam a camisa da seleção e a bandeira nacional, se dizendo patriotas, estão agora se agarrando nas botas do presidente dos Estados Unidos, pedindo para ele fazer intervenção no Brasil", afirmou o presidente.
Lula também enfatizou que essa atitude de pedir sanções contra o Brasil, no contexto de uma tentativa de proteger o ex-presidente Bolsonaro, é ainda mais grave do que a traição de Silvério dos Reis, porque, segundo ele, Bolsonaro e seu filho estão "trocando o Brasil pelo pai". O presidente concluiu: "Isso é pior do que Silvério dos Reis. Ele está traindo a nação, ele está traindo o povo brasileiro."
O "tarifaço" de 50% sobre os produtos brasileiros, anunciado pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, foi justificado pelo republicano com base na situação política no Brasil, incluindo o julgamento de Jair Bolsonaro no STF, acusado de tentar um golpe de Estado após as eleições de 2022. O deputado Eduardo Bolsonaro foi diretamente envolvido na articulação com os Estados Unidos, tentando influenciar o governo para apoiar seu pai.
Em suas declarações, Lula reforçou que o Brasil tomará medidas de reciprocidade, caso as tarifas sejam efetivamente implementadas. No entanto, o presidente ainda não anunciou ações concretas, com a expectativa de que qualquer decisão só aconteça após a entrada em vigor das tarifas, prevista para o dia 1º de agosto.
