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MEIO AMBIENTE

Lula anuncia criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre na COP30, em Belém

Novo modelo internacional de financiamento climático prevê remuneração a países que preservam florestas; Brasil investirá US$ 1 bilhão no fundo

25 outubro 2025 - 10h10
Durante cerimônia na Malásia, Lula anunciou o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que será apresentado oficialmente na COP30, em Belém.
Durante cerimônia na Malásia, Lula anunciou o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que será apresentado oficialmente na COP30, em Belém. - (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou neste sábado (25), durante cerimônia na Universidade Nacional da Malásia, que o governo brasileiro lançará oficialmente o Fundo Florestas Tropicais para Sempre na COP30, que começa em 10 de novembro, em Belém (PA).

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Segundo o presidente, o novo modelo internacional de financiamento climático vai remunerar os serviços ecossistêmicos prestados pelos países que preservam florestas tropicais, garantindo recursos para a conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável.

“O Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que lançaremos na COP30, irá remunerar os serviços ecossistêmicos prestados ao planeta. As universidades continuarão a desempenhar papel decisivo no enfrentamento à crise climática”, afirmou Lula.

O Brasil já anunciou investimento inicial de US$ 1 bilhão no fundo, que poderá beneficiar mais de 70 países em desenvolvimento com áreas de floresta tropical. A proposta surge como alternativa à falta de recursos para uma transição energética justa e planejada, dez anos após o Acordo de Paris.

Em discurso, Lula voltou a chamar a conferência de “COP da verdade”, ressaltando que o encontro sediado no Brasil será o momento de agir com base na ciência e superar a ganância extrativista.

O presidente destacou que menos de 70 países apresentaram novas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa nas chamadas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), e que apenas 14 entre os maiores poluidores cumpriram seus compromissos.

“Os dados são alarmantes. Mesmo que as atuais NDCs sejam cumpridas, o planeta ultrapassará o limite de 1,5°C de aumento da temperatura. Precisamos evitar o ponto de não retorno”, alertou.

Lula mencionou estudos que indicam a mortalidade dos recifes de corais como o primeiro ponto crítico já ultrapassado e advertiu que a destruição das florestas tropicais pode representar um colapso irreversível dos ecossistemas.

“Na Amazônia vivem 30 milhões de pessoas que têm direito de viver com dignidade. Cuidar da floresta é também cuidar delas”, afirmou o presidente.

Durante a cerimônia em que recebeu o título de Doutor Honoris Causa em Desenvolvimento Internacional e Sul Global, Lula reforçou a importância da educação e da cooperação científica no combate às mudanças climáticas.

O presidente cumpre agenda oficial na Malásia até terça-feira (28), com encontros com empresários do país e da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).

Neste domingo (26), Lula poderá se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para discutir as tarifas impostas aos produtos brasileiros — um dos principais impasses comerciais recentes entre os dois países.

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