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13 de outubro de 2025 - 12h13
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POLÍTICA

Lula cobra bancos e países ricos por mais recursos para combater fome e pobreza

Em discurso na Itália, presidente defende revisão de prioridades financeiras globais e afirma que o combate à desigualdade é o melhor investimento para a economia mundial

13 outubro 2025 - 09h35Gabriel de Sousa
Lula cobrou que governos nacionais 'coloquem os pobres no orçamento'.
Lula cobrou que governos nacionais 'coloquem os pobres no orçamento'. - (Foto: Taba Benedicto/Estadão)

Durante reunião do Conselho de Campeões da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, em Roma, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um apelo direto a bancos multilaterais e países doadores. Segundo ele, o mundo precisa “rever prioridades” e investir mais em políticas sociais.

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O encontro reuniu líderes internacionais e representantes de instituições financeiras em busca de soluções para a erradicação da fome e da pobreza. Lula foi enfático ao afirmar que, sem recursos, não haverá avanços concretos nessa pauta.

“Programas de ajuste fiscal não são um fim em si mesmo que justifiquem a redução do investimento em desenvolvimento humano e social. Não há melhor estímulo para a economia global do que o combate à fome e à pobreza”, declarou o presidente.

Presidente pede que governos priorizem os mais pobres

Lula também fez um apelo aos governos nacionais para que incluam as populações mais vulneráveis em seus orçamentos. “Os pobres precisam estar no orçamento”, afirmou.

Em sua fala, o presidente destacou medidas de seu terceiro mandato voltadas à redução das desigualdades. Entre elas, citou a recente aprovação, pela Câmara dos Deputados, da proposta que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil por mês.

“Essa progressividade tributária vai ampliar os recursos para o financiamento de políticas públicas essenciais”, explicou, ao lembrar que a nova estrutura tributária prevê aumento de impostos para quem tem rendas mais altas.

Novo mecanismo internacional garantirá recursos até 2030

Lula também anunciou um avanço importante da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza: a criação de um mecanismo com sede, secretariado e direção próprios. Segundo o presidente, os recursos iniciais para o funcionamento da estrutura até 2030 serão garantidos por Brasil, Noruega e Espanha.

“Vivemos em um mundo hiperconectado, com inteligência artificial, avanços científicos e até planos de habitar a Lua, mas a persistência da fome e da pobreza são as provas mais dolorosas de que falhamos como comunidade global”, afirmou Lula, em tom de crítica.

Lula não participará do encontro de líderes no Catar

O presidente informou que não participará do primeiro encontro de líderes da Aliança, previsto para 3 de novembro, no Catar. A ausência, segundo ele, ocorre devido à proximidade da data com a Cúpula de Líderes da COP30, que será realizada em Belém (PA).

Representando o Brasil, estarão presentes no evento catari os ministros Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome).

COP30 e a conexão entre clima, fome e pobreza

Lula aproveitou o discurso para reforçar a importância de incluir o tema da segurança alimentar nas discussões sobre o clima. Ele pretende propor, durante a COP30, uma Declaração sobre Fome, Pobreza e Clima, voltada a unir esforços internacionais nessas frentes.

Para o presidente, é impossível combater as mudanças climáticas sem enfrentar, ao mesmo tempo, a falta de comida e a desigualdade social.

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