O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo (3) que o Brasil saiu oficialmente do Mapa da Fome e disse que essa conquista representa a realização de sua promessa mais significativa desde o início de sua trajetória presidencial. A declaração foi feita durante o 17º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), em Brasília.
“Fico feliz, Edinho, porque no meu discurso de 2003, a coisa mais forte que eu disse foi que, se ao terminar o meu mandato, eu tivesse conquistado o direito de cada mulher, de cada homem e de cada criança ter tomado café, almoçado e jantado, eu teria realizado a missão da minha vida”, disse Lula, dirigindo-se ao presidente eleito do PT, Edinho Silva.
Resultado em dois anos e meio de governo
Segundo o presidente, a exclusão do Brasil do Mapa da Fome foi alcançada em apenas dois anos e meio de mandato, após a volta do PT ao governo federal. A marca é tratada pelo Planalto como símbolo de retomada de políticas sociais, após retrocessos nos últimos anos.
O Mapa da Fome é um relatório global da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) que identifica países com mais de 2,5% da população em situação de subalimentação crônica. O Brasil havia saído do mapa em 2014, mas retornou em 2021, durante a gestão de Jair Bolsonaro.
Entre o ideal e o possível
Apesar da conquista, Lula ponderou que garantir o direito à alimentação ainda está aquém daquilo que um partido de esquerda deveria buscar. “É muito pouco para um partido que tem como perspectiva o socialismo. Mas eu aprendi como dirigente sindical a não fazer bravatas e a prometer só o que eu posso cumprir”, declarou.
A fala reforça a linha pragmática adotada por Lula nos últimos anos, em que concilia objetivos sociais ambiciosos com metas políticas viáveis.
Encontro com a militância
A declaração foi feita no encerramento do 17º Encontro Nacional do PT, que reuniu lideranças políticas e militantes em Brasília ao longo do fim de semana. O evento serviu como espaço de balanço das ações do governo e de alinhamento estratégico para os próximos anos — especialmente para as eleições municipais de 2024 e presidenciais de 2026.
Além de Lula e Edinho Silva, participaram do evento ministros, parlamentares e dirigentes petistas. O combate à fome, a reconstrução das políticas públicas e o fortalecimento das bases sociais do partido foram temas centrais do encontro.
