O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu ceder ao Centrão e vai mudar o comando da Caixa. O nome acertado para presidir o banco é o do economista Carlos Antonio Vieira Fernandes. Ex-diretor-presidente da Fundação dos Economiários Federais (Funcef), ele foi indicado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que cobra o cumprimento do acordo. Ligado ao PP, partido de Lira, Fernandes chegou a assumir interinamente o Ministério das Cidades às vésperas do impeachment de Dilma Rousseff, em 2016.
Lula chamou a presidente da Caixa, Rita Serrano, para uma conversa nesta quarta-feira, 25, no Palácio do Planalto. A Coluna apurou que será para informar de sua demissão. Serrano é da cota pessoal de Lula, mas deputados e senadores reclamam que ela não tem “jogo de cintura” política e não atende os parlamentares.
A presidente da Caixa, Rita Serrano. Foto: Caio Santana
Até agora, o maior entrave para a mudança na Caixa reside na vice-presidência de Habitação do banco, dirigida por Inês Magalhães, que cuida do programa Minha Casa, Minha Vida.
Nem Lula nem o ministro das Cidades, Jader Filho (MDB), querem substituir Magalhães. O Centrão, porém, exige “porteira fechada” na Caixa. No jargão político, o termo significa o preenchimento de todos os cargos da estrutura por um mesmo partido ou bloco. A Caixa tem doze vice-presidências.
Lula foi pressionado até pelo PT para aceitar o nome indicado por Lira
Quadros poderosos do PT cobraram do presidente Lula efetivar a troca na presidência da Caixa, acertada com o Centrão na reforma ministerial, como mostrou a Coluna em 29 de setembro. Na ocasião, Carlos Vieira Fernandes era o nome que começara a circular como nova aposta de Lira, diante da dificuldade de emplacar outras escolhas.
