
O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), respondeu nesta segunda-feira (24) às declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre o rompimento entre ambos. Em nota, o petista afirmou que Motta tem atuado “de forma reservada e equivocada” na condução de projetos legislativos.
“Considero imatura a posição do presidente da Câmara. Política não se faz como clube de amigos. Minhas posições são transparentes e previsíveis”, disse Lindbergh.
Ele criticou diretamente decisões recentes de Motta. “Sempre atuei de forma clara e coerente, nunca de maneira reservada ou equivocada, como agiu o presidente na derrubada do IOF, na PEC da Blindagem e na escolha do deputado Guilherme Derrite como relator de um projeto de autoria do Executivo”, afirmou.
Para Lindbergh, a crise de confiança entre o governo e o comando da Câmara não tem relação com sua atuação como líder da bancada. “Isso tem mais a ver com as escolhas que o próprio Hugo Motta tem feito. Ele que assuma as responsabilidades e não venha debitar isso a mim”, completou.
A tensão ganhou força após Motta declarar ao jornal Folha de S.Paulo que havia rompido relações com Lindbergh. “Não tenho mais interesse em ter qualquer relação com o deputado”, disse o presidente da Câmara. A informação foi confirmada por integrantes de seu grupo político ao Broadcast Político.
A crise já se desenhava nas últimas semanas, especialmente durante a tramitação do chamado “PL Antifacção”. Relatos apontam que Lindbergh teria criado “mal-estar desnecessário”, o que levou Motta a reagir com firmeza em reunião de líderes, alegando que o petista estava “atacando a Câmara”.
Nos bastidores, auxiliares da bancada do PT minimizam o impacto do episódio. Eles lembram que o mandato de Lindbergh como líder se encerra no início do próximo ano, quando o deputado Pedro Uczai (PT-SC) assumirá o posto.

