
O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), manifestou preocupação nesta quarta-feira (3) com a possibilidade de o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), incluir na pauta da próxima semana o requerimento de urgência para o projeto que concede anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

“Tem gente ameaçando que eles podem votar a urgência na próxima semana. Eles vão ter que colocar 257 votos. A gente vai se mobilizar. Um assunto como esse, o governo tem que se mexer, porque é um ataque frontal ao Supremo”, declarou o parlamentar em entrevista à GloboNews.
Mobilização contra a urgência
Segundo Lindbergh, a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já iniciou a contagem de votos para tentar barrar a aprovação da urgência. Ele avaliou que, neste momento, a oposição ainda não teria os 257 votos necessários.
O deputado também alertou para uma possível estratégia de misturar a proposta de anistia com a chamada PEC da Blindagem, que amplia a proteção de parlamentares contra processos judiciais.
“Cresceu o tensionamento com o Supremo. Eu não sei se são investigações no Supremo para fazer essa PEC da Blindagem, que eu considerava morta, mas não considero mais. Porque o assunto voltou a ser tratado. Acho que estão querendo misturar a PEC da Blindagem, que é impunidade, com a anistia, que também é impunidade”, disse.
Críticas e possível veto presidencial
O líder petista classificou o avanço da anistia como “inacreditável” e uma “provocação infantil” contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Ele afirmou ainda que o presidente Lula deverá vetar a medida caso seja aprovada pelo Congresso.
“Querem aprovar isso, o Lula vai vetar, o Supremo vai dizer que é inconstitucional, mas eles criam uma confusão. É como se o Parlamento tivesse entrado na chantagem do Eduardo Bolsonaro”, afirmou Lindbergh.
