
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou nesta terça-feira (2) que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), não incluirá na pauta desta semana a proposta de anistia para os envolvidos na tentativa de golpe de Estado. Segundo Lindbergh, apesar da pressão do PL e de setores da oposição, a discussão será adiada.

“Conversei com Hugo Motta e a pauta será tranquila nesta semana. A anistia não será debatida agora”, disse o deputado, citando que outros projetos, como os relacionados à fome e ao INSS, estão previstos para votação. Ele também lembrou que o julgamento do núcleo da tentativa de golpe, com Jair Bolsonaro (PL) entre os réus, está em andamento no Supremo Tribunal Federal, e que qualquer interferência seria indevida.
Lindbergh criticou articulações da oposição para retomar o tema após o julgamento, mencionando a visita do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a Bolsonaro, e ações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Segundo o deputado, a anistia é inconstitucional, independentemente do momento: “Crimes contra o Estado democrático de direito não podem ser anistiados. Leitura de fala do ministro Barroso como aval é equivocada.”
O líder petista ainda apontou que lideranças bolsonaristas estão buscando transformar o tema em capital político, ligando a pauta à futura candidatura presidencial de Tarcísio. “Há uma articulação de vários partidos, não só do PP e União Brasil. Alguns querem usar a anistia como moeda de troca para consolidar uma candidatura”, afirmou.
Conforme divulgado pelo Estadão, o Centrão trabalha para aprovar a anistia a Bolsonaro, mas condiciona o apoio à campanha presidencial de Tarcísio.
