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VIOLÊNCIA NA SAÚDE

Paciente em surto quebra equipamentos e reacende debate sobre violência em UPA de Dourados

Deputados cobram plano estadual de segurança para profissionais da saúde

16 setembro 2025 - 11h38Fernanda Kintschner
Lia Nogueira retomou o pedido feito ao Governo do Estado para que haja um Plano de Segurança aos Profissionais de Saúde
Lia Nogueira retomou o pedido feito ao Governo do Estado para que haja um Plano de Segurança aos Profissionais de Saúde - (Foto: Wagner Guimarães)
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Um paciente em surto quebrou equipamentos e parte da estrutura da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas de Dourados, na madrugada desta terça-feira (16). A unidade é a única do município, que tem mais de 200 mil habitantes e concentra o atendimento de 33 cidades da macrorregião sul de Mato Grosso do Sul.

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O episódio foi relatado pela deputada Lia Nogueira (PSDB) em discurso na Assembleia Legislativa. “Foi uma tragédia anunciada. O paciente em surto promoveu um quebra-quebra nessa UPA, a única 24 horas da cidade”, afirmou.

A parlamentar exibiu um vídeo gravado por enfermeiras logo após conterem o paciente. Nas imagens, uma delas relata que precisou se trancar no banheiro “para não apanhar de novo”. Lia destacou que 80% da enfermagem no estado é formada por mulheres, muitas delas mães solo. “Elas deixam os filhos em casa sem saber se vão voltar. Estamos culpabilizando médicos, enfermeiros e técnicos pela falta de gestão. Eles estão na ponta para salvar vidas, não para sofrer agressões”, disse.

Mato Grosso do Sul ocupa o segundo lugar no ranking de violência contra médicos na região Centro-Oeste, segundo a deputada. Ela defendeu a criação de um plano estadual permanente de segurança. “Já tivemos casos em Campo Grande, o assassinato de um médico em Douradina. Vamos esperar mais o quê? Agressões e assassinatos?”, questionou.

O deputado Professor Rinaldo (Podemos) também criticou a insegurança enfrentada pelos profissionais. “Com que condições psicológicas alguém vai atender depois de sofrer violência ou presenciar situações assim? Uma fala mal interpretada já gera agressão. É extremamente preocupante”, afirmou.

Após o incidente, a UPA suspendeu temporariamente o atendimento inicial e a triagem para a realização de perícia no local.

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