
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quinta-feira (30) que o governo federal não teve qualquer participação na megaoperação realizada no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos, incluindo quatro policiais. Segundo o ministro, a ação foi de “responsabilidade exclusiva das autoridades locais” e vinha sendo “longamente planejada, durante meses”.
 
Em entrevista à GloboNews, Lewandowski revelou que tomou conhecimento da operação durante sua estadia no Rio de Janeiro. "Assim que Lula aterrissou [da viagem à Malásia], pediu uma reunião para se inteirar dos fatos. Nós nos vimos diante de um fato consumado. Fiquei sabendo, no RJ, que foi uma operação longamente planejada, durante meses", disse.
O ministro destacou que a ação, baseada em cerca de 300 mandados de busca, apreensão e prisão expedidos pela Justiça fluminense, não teve qualquer tipo de ingerência federal. “Não tivemos nenhuma participação ou ingerência nessa operação. Até porque havia interesse predominantemente local”, pontuou.
Participação da Polícia Federal não foi oficial - Questionado sobre a declaração anterior do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, de que integrantes da Superintendência da PF no Rio teriam sido informados previamente sobre a operação, Lewandowski afirmou que a comunicação não foi institucional. “Temos um grau de colaboração e de identidade com o atual diretor-geral da Polícia Federal que é muito íntimo. Me senti no dever e bastante à vontade para complementar a informação do Andrei Rodrigues”, declarou.
Segundo o ministro, se houvesse intenção do governo estadual de pedir apoio federal formal, essa solicitação deveria ter sido feita em instâncias superiores. “O que quis complementar é que, se fosse a intenção ou desejo do governo estadual de pedir a participação do governo federal numa operação de tal envergadura, é claro que a comunicação não seria no nível do terceiro escalão, mas de forma oficial, nos escalões apropriados”, frisou.
A operação no Complexo da Penha aconteceu na terça-feira (28) e teve como alvos lideranças do Comando Vermelho, segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro. A ação, uma das mais letais da história do estado, gerou forte repercussão nacional e internacional. Entidades de direitos humanos e organizações civis denunciaram excesso de violência e falta de transparência.
A negativa de participação do governo federal veio após cobranças de setores da sociedade civil e questionamentos sobre a articulação entre as esferas de segurança pública.
 
				
				
				
					
				
				
				
				
				
			 
						
 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
									