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09 de dezembro de 2025 - 12h35
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CPI DO CRIME ORGANIZADO

Lewandowski aponta falta de recursos como maior obstáculo ao combate ao crime nas fronteiras

Durante sessão da CPI do Crime Organizado, relator cobra propostas e critica "dinheiro pífio" destinado à segurança pública

9 dezembro 2025 - 11h30Levy Teles
Lewandowski participa de oitiva da CPI do Crime Organizado no Senado.
Lewandowski participa de oitiva da CPI do Crime Organizado no Senado. - (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
Terça da Carne

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta terça-feira (9) que a principal dificuldade no enfrentamento ao tráfico de drogas e armas nas fronteiras brasileiras é a escassez de recursos. A declaração foi dada durante depoimento na CPI do Crime Organizado no Senado, a convite do colegiado.

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“Sem dinheiro não se faz segurança pública”, disse o ministro ao responder a pergunta do relator da comissão, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), sobre quais medidas seriam mais eficazes para conter o tráfico em áreas fronteiriças. “A resposta é: dinheiro, dinheiro e mais dinheiro”, reforçou.

Lewandowski criticou o volume atual de recursos repassados ao Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP). Segundo ele, em 2022, o fundo contava com R$ 2,003 bilhões, e em 2025 houve apenas um pequeno aumento para R$ 2,439 bilhões.

“Isso não é nada. Estamos falando de um desafio enorme, que exige infraestrutura, tecnologia, integração e presença efetiva do Estado nas fronteiras. Não dá para operar milagres com valores tão reduzidos”, afirmou.

O ministro também mencionou a proposta do governo federal de constitucionalizar o FNSP para garantir a perenidade e impedir o contingenciamento dos recursos destinados à segurança pública.

O senador Alessandro Vieira, ao cobrar soluções práticas, afirmou que o tráfico de toneladas de drogas e armas pelo território brasileiro não ocorre de forma amadora. “Estamos falando de logística. Isso exige estrutura. O que falta? O que precisamos?”, questionou o parlamentar.

Vieira também fez críticas indiretas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), sem citar nomes, ao comentar sobre supostos vínculos com o crime organizado. “Temos ministros que acham normal pegar carona em jatinho pago por facção, frequentar evento de luxo, e depois voltam a Brasília para julgar”, disparou.

O senador ainda garantiu que a CPI do Crime Organizado não terá prisões midiáticas por falso testemunho, como ocorreu na CPI do INSS. “Não faremos situações que beiram o abuso de autoridade, o ridículo, sem nenhum tipo de resultado efetivo. Essa é uma CPI que busca construir soluções”, afirmou Vieira, em resposta ao senador Eduardo Girão (Novo-CE), que criticou a baixa participação de parlamentares na sessão.

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