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SANÇÕES A MORAES

Levantamento revela críticas à aplicação da Magnitsky contra Alexandre de Moraes nas redes sociais

60% das menções nas redes sociais são contra Trump, enquanto 28% apoiam as sanções. Pesquisa destaca narrativa de interferência estrangeira

31 julho 2025 - 15h05Rayanderson Guerra
Donald Trump aplicou lei contra Alexandre de Moraes
Donald Trump aplicou lei contra Alexandre de Moraes - AP Foto/Alex Brandon - Gustavo Moreno/STF

Um levantamento realizado pelo instituto de pesquisa Quaest entre os dias 28 e 30 de julho revelou que a maioria das menções nas redes sociais sobre a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, são críticas à decisão do governo dos Estados Unidos. Segundo a pesquisa, 60% das menções foram contrárias a Donald Trump, enquanto 28% expressaram apoio às sanções contra Moraes. O restante, 12%, tinha um teor neutro, limitando-se a informações noticiosas.

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O levantamento analisou 1,6 milhão de menções nas redes sociais relacionadas à operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e às sanções dos EUA contra o ministro do STF. Ao todo, 391 mil usuários únicos comentaram sobre os temas. A pesquisa da Quaest também aponta que as reações refletem a narrativa de que a aplicação das sanções é uma "interferência estrangeira contra a soberania do Brasil".

Entre as críticas, figuras públicas associadas à oposição ao governo Bolsonaro se mobilizaram para classificar a medida como uma tentativa de ingerência externa no sistema judiciário brasileiro. A análise indicou que essas postagens associaram a aplicação da Lei Magnitsky a práticas golpistas, chantagem e ataques à soberania nacional.

Por outro lado, internautas e personalidades alinhadas à direita defenderam a sanção como um "reconhecimento externo" das críticas feitas ao Judiciário brasileiro. As postagens destacaram possíveis consequências econômicas e diplomáticas da medida, apresentando-a como um respaldo internacional às denúncias de abuso de autoridade e censura no país.

O que é a Lei Magnitsky?

A Lei Magnitsky é uma legislação americana que autoriza os Estados Unidos a aplicar sanções econômicas contra indivíduos acusados de corrupção ou de cometer graves violações de direitos humanos.

Punições estabelecidas pela Lei Magnitsky:

  1. Proibição de entrada nos EUA: A pessoa sancionada fica impedida de entrar no território americano. Se já possuir um visto, ele é revogado.

  2. Bloqueio de bens e propriedades: Os bens e propriedades da pessoa que tenha sido sancionada, localizados nos Estados Unidos, são bloqueados.

  3. Proibição extraterritorial de prestação de serviços: A sanção é "extraterritorial", o que significa que empresas e entidades com operações nos Estados Unidos devem restringir o acesso da pessoa punida a serviços bancários e de tecnologia, mesmo fora do território americano. Isso inclui instituições financeiras e plataformas de redes sociais, impedindo o acesso da pessoa às contas bancárias e a plataformas digitais.

A narrativa da interferência externa

A aplicação da Lei Magnitsky em relação ao ministro Alexandre de Moraes gerou uma divisão de opiniões nas redes sociais. A maior parte das reações foi contra a decisão dos Estados Unidos, principalmente por figuras da oposição e do governo Bolsonaro, que veem a medida como uma tentativa de interferir na soberania nacional. Por outro lado, grupos mais alinhados à direita consideram as sanções um reconhecimento internacional das críticas ao Judiciário brasileiro e um respaldo às denúncias de abuso de autoridade e censura.

Esse contexto evidencia a polarização da política interna brasileira e como a questão das sanções gerou uma nova frente de debate sobre a relação do Brasil com os Estados Unidos e a atuação do STF.

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