
O presidente nacional do PSD e atual secretário de governo do Estado de São Paulo, Gilberto Kassab, afirmou nesta quinta-feira (11) que o partido já tem uma posição “clara” em relação à disputa presidencial de 2026: apoiar uma eventual candidatura do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). Caso Tarcísio decida não entrar na corrida, o PSD já tem dois nomes considerados como pré-candidatos: o governador do Paraná, Ratinho Júnior, e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
A declaração foi dada em Brasília, antes de Kassab participar de um evento sobre educação ao lado do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Segundo o dirigente partidário, não há risco de divisão no campo da direita, mesmo com a possibilidade de uma candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao Planalto.
“É natural que no primeiro turno cada partido possa ter seu candidato. Como é natural também que existam alianças. Não vejo nenhum racha na direita com o anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro”, afirmou.
PSD fora das articulações com Flávio - Kassab disse que não participou da reunião realizada por Flávio com líderes do Centrão nesta semana, em que o senador buscou apoio para viabilizar seu nome como sucessor do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, o presidente do PSD afirmou que não há qualquer resistência a conversar com o senador.
“Não tenho nenhum problema em falar com o Flávio Bolsonaro, no sentido de conhecer suas ideias, suas propostas. Mas ele sabe que o PSD terá candidato. Por isso, corretamente, nem nos convidou para essa conversa”, avaliou.
Mesmo reforçando o caminho já traçado pelo partido — com Tarcísio, Ratinho ou Eduardo Leite —, Kassab afirmou desejar “boa sorte” ao senador do PL. “Que ele possa, durante a campanha, apresentar suas ideias, seus projetos e que vá para o segundo turno melhor. Se isso acontecer, não fechamos questão e eu o apoio”, afirmou, sinalizando disposição para uma composição futura.
Reação à fala sobre “preço” da candidatura - Questionado sobre a declaração de Flávio Bolsonaro, que sugeriu que o “preço” para sua candidatura seria a aprovação do projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro, Kassab minimizou a fala e considerou que “a campanha já começou”.
“Flávio é o candidato. Pelo que assisti, ele disse que a negociação que ele se envolveria seria se aprovasse a anistia. É uma posição dele. Tem que respeitar”, disse Kassab.
O Projeto de Lei da Dosimetria, que reduz penas aplicadas aos envolvidos nos atos antidemocráticos, foi aprovado na Câmara esta semana e segue agora para análise no Senado.
Com discurso de conciliação, Kassab tenta manter o PSD como um partido de centro aberto a alianças, mas deixa claro que, neste momento, a legenda pretende disputar o Planalto com um nome próprio, vinculado à direita institucional, mas com discurso moderado.

