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CONDENAÇÃO DERRUBADA

Justiça de SP absolve ex-assessor de Moraes em caso de disparo de arma de fogo

Tribunal anula condenação de Eduardo Tagliaferro, pivô dos vazamentos de mensagens do gabinete do ministro do STF, por falta de provas

16 setembro 2025 - 18h15Rayssa Motta
Eduardo Tagliaferro foi chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE.
Eduardo Tagliaferro foi chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE. - (Foto: Saulo Cruz)
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A 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo absolveu nesta terça-feira (16) o perito computacional Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele havia sido condenado em primeira instância a dois anos, oito meses e 20 dias de prisão pelo disparo de arma de fogo em um episódio de violência doméstica, mas os desembargadores entenderam que não havia provas suficientes para a condenação.

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O julgamento foi unânime, com votos dos desembargadores Euvaldo Chaib (relator), Camilo Léllis e Edison Brandão. Com a decisão, o caso foi arquivado e a pistola calibre 9 milímetros, apreendida na ocorrência, será devolvida ao perito.

Em nota, o advogado Eduardo Kuntz afirmou que a decisão é “irretocável” e “restabelece a dignidade” de seu cliente. “O Tribunal de Justiça de São Paulo demonstrou a sua imparcialidade e compromisso com a Justiça. Estamos muito contentes com a decisão”, declarou.

O processo que levou à prisão do perito em 2023 foi a origem da divulgação de mensagens do gabinete de Alexandre de Moraes no TSE. O celular dele foi apreendido pela Polícia Civil durante a ocorrência em Caieiras, na Grande São Paulo, e permaneceu lacrado por seis dias, segundo a corporação.

O perito nega ter sido responsável pelos vazamentos e atribui a autoria à polícia, mas a Polícia Federal concluiu que ele mesmo divulgou os diálogos. A Procuradoria-Geral da República denunciou Tagliaferro por violação de sigilo funcional, coação no curso do processo e obstrução de investigação.

Atualmente na Itália, Tagliaferro é alvo de um pedido de extradição feito pelo ministro Alexandre de Moraes ao Ministério da Justiça. O objetivo é garantir tanto o cumprimento de eventual pena, em caso de condenação, quanto a continuidade das investigações.

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