TCE
POLÍTICA

Justiça italiana marca audiência sobre extradição de Carla Zambelli

Deputada brasileira foi presa em Roma após dois meses foragida e cumpre pena no Complexo Penitenciário de Rebibbia

11 agosto 2025 - 12h53Maria Magnabosco
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) em entrevista coletiva
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) em entrevista coletiva - (Foto: Felipe Rau/Estadão)

O Tribunal de Apelação de Roma marcou para quarta-feira (13) a audiência que ouvirá a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) no processo de extradição solicitado pelo Brasil. A parlamentar foi presa em 29 de julho, na capital italiana, após permanecer foragida por dois meses no país europeu.

Canal WhatsApp

Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por coordenar um ataque hacker contra o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Segundo as investigações, a invasão foi executada por Walter Delgatti, que admitiu ter agido a mando da deputada. O ataque resultou na emissão de um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes.

Após a prisão, Zambelli prestou depoimento às autoridades italianas e optou por enfrentar o processo formal de extradição, que pode se estender por um período de um ano e meio a dois anos, em vez de retornar voluntariamente ao Brasil.

Durante esse período, caberá à Justiça italiana analisar as acusações e decidir se autoriza ou não a extradição. Enquanto isso, a parlamentar segue presa na unidade feminina Germana Stefanini, que integra o Complexo Penitenciário de Rebibbia, em Roma.

A deputada possui cidadania italiana e, ao viajar para o país, declarou acreditar que não poderia ser extraditada. Em vídeos publicados em um perfil alternativo no Instagram, dois dias antes da prisão, afirmou viver como “exilada política” e se autodefiniu como “intocável” em território italiano.

No entanto, as autoridades brasileiras e italianas mantêm a tramitação do pedido, reforçado pelo ministro Gilmar Mendes no início de agosto, que determinou a inclusão de outro inquérito contra Zambelli no processo de extradição.

Além da condenação pelo ataque hacker, Zambelli responde no STF por perseguição armada durante as eleições de 2022. O caso foi aberto após a deputada ser filmada sacando e apontando uma arma para um homem em São Paulo. A versão inicial de que teria sido agredida foi descartada pelas investigações.

Há ainda um processo de cassação do mandato na Câmara dos Deputados. A fase de instrução probatória prevê a oitiva de Zambelli e de testemunhas por videoconferência, mas ainda não há data marcada para as reuniões.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop